A esquizofrenia é uma doença mental crónica que afeta a perceção que o indivíduo tem da realidade, condicionando a forma como pensa, sente e se comporta. Dependendo da evolução da sua patologia, as pessoas com esquizofrenia podem experimentar sintomas que podem tornar-se tão intensos que condicionam dificuldades em distinguir o que é real do que é imaginário, com um impacto significativo na sua vida.
Estima-se que cerca de 1% da população mundial seja afetada pela esquizofrenia, embora a prevalência possa variar ligeiramente consoante a região geográfica. A doença geralmente começa a manifestar-se entre os 16 e os 30 anos, sendo mais comum em homens do que em mulheres.
Os sintomas da esquizofrenia podem ser classificados em três grandes categorias: positivos, que se referem a experiências ou comportamentos em que as pessoas veem ou ouvem coisas que não estão presentes, prevalência de crenças erradas (como achar que estão a ser perseguidos) e discurso desorganizado; negativos, que incluem a diminuição de capacidades que anteriormente eram normais, como a falta de motivação, apatia, dificuldades em socializar, ou a incapacidade de sentir prazer nas atividades do dia-a-dia; e cognitivos, que dizem respeito a problemas com a memória, a concentração e a atenção, dificuldade em tomar decisões e alterações no raciocínio, tornando tarefas simples do dia-a-dia mais difíceis.
A causa exata da esquizofrenia ainda não é completamente compreendida, mas sabe-se que é uma condição multifatorial, envolvendo fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos. Indivíduos com familiares que têm esquizofrenia têm um risco maior de desenvolver a doença, embora a maioria das pessoas com esquizofrenia não tenha antecedentes familiares diretos, mas sim em segunda linha.
Alterações no cérebro também parecem desempenhar um papel crucial, sendo que alterações na forma como os sinais são transmitidos entre as células cerebrais podem contribuir para os sintomas da esquizofrenia. Além disso, fatores como o consumo de drogas alucinogénias ou outras substâncias ou acontecimentos traumáticos durante o desenvolvimento precoce, podem aumentar o risco de desenvolver a doença.
Embora a esquizofrenia seja uma condição crónica e complexa, com um tratamento adequado a maioria das pessoas que padece desta patologia pode levar uma vida relativamente estável e funcional, e muitas delas até uma vida produtiva e satisfatória. O tratamento geralmente envolve uma combinação de medicamentos, intervenções psicoterapêuticas e apoio social.
Não obstante o facto de os tratamentos terem avançado muito nas últimas décadas, a esquizofrenia continua a ser rodeada por um estigma social significativo. O medo ou incompreensão da doença por parte de terceiros pode levar ao isolamento das pessoas afetadas, bem como dificultar a procura de ajuda. É fundamental mudar a forma como a sociedade encara as doenças mentais e oferecer mais apoio e compreensão às pessoas que vivem com esquizofrenia. Ao aprofundar o conhecimento sobre a esquizofrenia, conseguimos reduzir o estigma e contribuir para que aqueles que necessitam de ajuda recebam o apoio necessário para gerir a sua condição.