Dizia-me o meu amigo Ricardo Ferreira, ex-presidente da Junta de Merelim São Pedro nas autárquicas de 2013:
Professor, - (era assim que me tratava) - desta vez vai na cabeça da lista. Eu irei em segundo lugar. Será, portanto, o próximo presidente da Junta. - Perante o desafio proposto, a minha resposta não se fez esperar:
Não! Não vou! O lugar de presidente é para os mais novos. Para os jovens. O lugar é teu. Vocês é que são o futuro deste país. (Tinha eu 63 anos de idade). Estarei aqui para te ajudar.
E assim aconteceu. Fora reeleito com maioria absoluta.
1 - Vem isto a propósito das contratações serôdias nas listas do Bloco de Esquerda da brigada dos reumáticos: Francisco Louçã - (e logo em Braga) - Fernando Rosas e Luís Fazenda. Muito mal vai o BE, quando tem a extrema necessidade de recrutar no arquivo morto tais figuras! Muito mal vai a democracia, quando a renovação é feita à custa dos reformados! Muito mal vai o país, quando se serve destes velhos e enferrujados políticos para o servir superiormente! Só vejo uma resposta a dar ao BE. O voto popular tem que se encarregar de os mandar “plantar batatas” ou de os aconselhar a fazer umas boas caminhadas para prevenir o caruncho que lhes infectou a mioleira. Porém, o mais engraçado deste ingresso rocambolesco foi ouvir o argumento extremamente “lúcido e guerrilheiro” da boca do antigo patriarca bloquista, Francisco Louçã: “só me candidato para dar combate ao fascista Donald Trump”. Nunca ouvi tamanho disparate. Nunca vi um político a perder a noção do tempo e do espaço. Nem D.Quixote combatia melhor os seus moinhos de vento. Entretanto, a questão coloca-se: que se poderá esperar destes anciãos? Talvez vê-los, se eleitos, a dormitar umas boas sestas na Assembleia da República!
2 - Vem também isto a propósito da candidatura de António Braga à Câmara Municipal de Braga. E a questão é a mesma: que se poderá esperar deste reformado e socrático político à frente dos destinos municipais? Limitar-se-á a matar o seu tempo livre? Bater umas sonecas? A acompanhar o dia-a-dia do concelho à distância? António Braga deveria, no meu ponto de vista, ter pedido escusa, quando foi convidado e dar a oportunidade aos mais novos para enfrentar o desafio autárquico que exige muita energia e muita desenvoltura. Mas não! Agarrou-se à ideia peregrina de ser eleito, quando o concelho merece frescura, arrojo e juventude.
3 - Braga é hoje uma cidade dinâmica. Uma cidade com múltiplas exigências. Uma cidade que fervilha de vida. A cidade precisa de ter alguém disponível, atento, preocupado, enérgico para ir ao encontro dos anseios dos seus munícipes. Braga precisa de juventude, de visão, de capacidade de entrega para fazer acontecer coisas. Para mobilizar as instituições económicas, culturais e sociais, de modo a criar-se uma atmosfera amiga, transparente e inovadora para o desenvolvimento, para a coesão social e para alinhar com os pergaminhos da sua História bimilenar. Braga, como cidade jovem, precisa de gente jovem à frente dos seus destinos. E o candidato João Rodrigues é o melhor posicionado para levar o concelho para a frente.
4 - Para terminar - Há gente na política que quer encostar o país à estagnação económica e social. “Ou nós ou o caos” - é o lema adoptado e a seguir. E neste momento, esta táctica miserável tem-se imposto à racionalidade e ao bom senso. E neste amalgamado de dúvidas idiotas, de ataques soezes, de violações ao bom nome das pessoas, o país entrou em crise. Não avança, nem cria elos de confiança para aliviar a democracia do espartilho, das carências e dos problemas que colonizaram o tecido social português. O poder discute-se nas urnas e na legalidade e nunca nas suspeitas infundadas, nas insinuações indignas e nos ataques gratuitos.