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Dia Mundial da Doença do Parkinson

A Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente, a seguir à doença de Alzheimer. Estima-se que atinja 2 em cada 1000 habitantes e é duas vezes mais frequente em homens. Geralmente tem início após os 60 anos, embora possa ocorrer em indivíduos muito mais jovens. Sobretudo nos casos típicos, a esperança média de vida é apenas discretamente menor do que a da população em geral.
Conquanto ainda não se tenha identificado uma causa única para a doença, sabe-se atualmente que um dos principais mecanismos consiste na morte de células cerebrais que produzem um neurotransmissor chamado dopamina, cuja diminuição conduz ao aparecimento de rigidez, lentidão, tremor (em até 80% dos casos), voz de tonalidade baixa, diminuição do olfato, cansaço excessivo, alterações do sono e obstipação.
Tal como outras patologias mais conhecidas, como a diabetes e a hipertensão, a doença de Parkinson é crónica, requerendo acompanhamento médico regular por vezes em mais do que uma especialidade.
É imprescindível também uma boa articulação entre os cuidados de saúde primários (médico e enfermeiro de família) e os cuidados hospitalares (consultas de neurologia, fisiatria e outras) de forma a tratar adequadamente todos os sintomas e potenciais complicações da doença e evitar a toma de medicamentos frequentemente utilizados na população em geral e que podem agravar os sintomas da doença (por exemplo, medicamentos para tratar as náuseas como a metoclopramida ou medicamentos para tratar sintomas depressivos como amissulprida ou sulpiride, entre outros).
Apesar de ainda não ter cura, estão disponíveis várias intervenções que melhoram os sintomas. Existem tratamentos medicamentosos de administração oral (comprimidos e películas sublinguais), transdérmicos (adesivos cutâneos), infusionais (bombas que perfundem continuamente a medicação) e, finalmente, a cirurgia funcional, com indicações precisas, todos disponíveis no nosso país. A par destas medidas, que são habitualmente prescritas pelos neurologistas, é essencial utilizar também medidas não medicamentosas. Particularmente relevantes são a prática regular de exercício físico, a realização de fisioterapia direcionada à reabilitação da doença (visando a correção postural e os treinos de marcha e de equilíbrio), a terapia da fala, a terapia ocupacional e a estimulação cognitiva.
Mais de 200 anos após a primeira descrição da doença, ainda que continue a ser um desafio, particularmente nalguns casos, viver muitos anos com Parkinson, todas estas medidas, aliadas à preservação das atividades e dos vínculos sociais podem colmatar as limitações e contribuir para uma boa qualidade de vida.
Se sofre de doença de Parkinson ou contacta com pessoas que padecem deste problema de saúde aproveite este dia 11 de abril, Dia Mundial da Doença de Parkinson, para colocar em prática estas atitudes que tornam a vida mais leve, ajudando a dissipar os estigmas que ainda envolvem esta condição.

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Sofia Lopes e Sara Varanda

11 abril 2025