Começamos a despertar confrangedoramente para a realidade nuclear; e esta constatação seria de todo o interesse se utilizada fosse para uso benéfico e compensatório para toda a Humanidade.
Mas, constatamos, diariamente, que à nossa volta se vão desconjuntando e digladiando a convivência e a harmonia entre os governantes e as nações, quer por atos, quer por palavras; e, aqui, começa a desenhar-se a violência verbal, o virar de costas e ameaças constantes entre potências bem capazes de recorrerem à energia nuclear para levar avante os seus intentos e desígnios de posse e imposição ideológica.
É, então, que pode ressaltar o recurso emergente ao uso de armas nucleares altamente destruidores e dissuasoras; e embora ainda sob o compromisso antigo do seu não uso em qualquer situação e muito menos como simples ameaça bélica, começam a surgir sinais de inquietação e desrespeito ao alcance da Rússia, de Israel e dos Estados Unidos da América e de alguns Estados Árabes
E se a guerra na Ucrânia que já dura vai para três anos se transforma diariamente num laboratório de experimentação bélica e medição de forças e convicções, o espalhafato legislativo do presidente norte-americano, Donald Trump, de imposição de tarifas económicas assume, claramente, contornos de ampla ameaça e prepotência, mormente, ao mundo ocidental; e esta situação prepotente depressa se pode transformar num amplo campo de ações beligerantes, bem capazes de espoletar um desconcerto mundial entre nações.
Pois bem, podemos, assim, caminhar a passos largos para um confronto nuclear de inimagináveis consequências físicas, económicas e sociais, se olharmos com olhos de ver para a turbulência e agressão que já existe no mundo e a que não são estranhos os fenómenos políticos extremistas, populistas, xenófobos e ditatoriais; e estes avanços ideológicos que crescem como cogumelos são a maior e pior ameaça às democracias e aos liberalismos.
E, então, a velha Europa que tem vivido um longo tempo de democracia e evidente progresso económico e social, pode caminhar a passos largos para regimes políticos oligárquicos, despóticos, ditatoriais e conservadores; e já em alguns países da União Europeia as ideologias totalitárias e, mormente, de extrema-direita se vão instalando no poder e exercendo a governação com natural e óbvia dureza e restrições aos direitos humanos fundamentais.
Depois, os movimentos migratórios que se vão instalando, com evidentes propósitos de permanência, em muitos países da Europa, acabam, mais cedo ou mais tarde, por influenciar negativamente o seu vigor e bem-estar económico e social; porque igualmente acarretam e espalham ameaças e perigos para as democracias e os liberalismos existentes.
Ademais, o presidente norte-americano Trump com as suas ameaças de desenvolvimento drástico e implacável de uma autêntica guerra económico com o lançamento absurdo e escandaloso de tarifas alfandegárias nos produtos importados, depressa se converterão num verdadeiro desastre económico e social para a maioria dos países que a elas estejam sujeitos; e, sem dúvida, a Europa não escapa a esta evidente ditadura económica, completamente imprópria, injusta e adversa, mesmo sendo um continente que tem vivido em paz, progresso, vitalidade, solidariedade, igualdade e liberdade.
Agora, a juntar a esta triste e nefasta realidade, de Moscovo chega-nos a prepotência de Putin sobre a Ucrânia que se recusa, e por isso patrioticamente luta para não regressar ao anterior domínio russo; e, até, porque sempre tem bem presente ainda a consciência e memória histórica do inferno que foi essa tirania até à conquista da sua independência.
E um cessar-fogo com a instalação da desejada paz de que tanto se fala entre Kiev e Moscovo tem resultados muito pouco palpáveis, porque Moscovo protela e sabota aquilo que assina; e também os países europeus, porque temem vir a pertencer à órbita de influência russa, insistem em não ceder nas sanções económicas que têm imposto a Moscovo.
E, pois, tempo de não fazer cedências, nem ignorar os fenómenos provocatórios que se vão desenhando; e, até, para que não corramos os riscos de podermos perder a paz, a fraternidade e a liberdade com que temos vivido.
Então, uma santa Páscoa para todos e até de hoje a três semanas.