O futebol português trata os seus representantes de forma desigual, especialmente através dos jornais e das televisões. Em simultâneo a esse facto pedem aos clubes que se assumam em lutas com outros concorrentes cujos recursos são muito superiores, numa situação que se agrava com o destaque e proteção dados pela comunicação social. Vem isto a propósito da pressão que colocam a Carlos Carvalhal na antevisão e na análise pós-jogo sempre que o SC Braga compete. As diferenças de recursos e de tratamento entre clubes que disputam o topo da classificação são absurdas, com evidente prejuízo para o clube brácaro em comparação com os três autoproclamados grandes.
A época atual teve uma planificação deficiente, que se tem traduzido num percurso com contornos de irregularidade que não agrada aos adeptos, especialmente aos que menos fazem para apoiar e que mais fazem para criticar.
O SC Braga recebeu o Arouca FC, que teve um acompanhamento anormal de adeptos na Pedreira, uma vez que o clube ofereceu o transporte e o bilhete de acesso ao jogo às suas gentes. Tratou-se de uma ação que pode trazer algum prejuízo no imediato, mas que pode dar dividendos mais tarde, devendo ser vista pelos responsáveis bracarenses e colocada em prática em determinados momentos cruciais da temporada. Aliás, podia ser pensada a existência de campanhas de mobilização de adeptos a vários jogos fora de casa, com despesas suportadas por empresas locais a troco de alguma ação de publicidade. Isto pode fortalecer bastante os laços entre a cidade de Braga e o seu clube mais representativo. Fica a sugestão a quem de direito.
Dentro do relvado o jogo entre brácaros e arouquenses teve um primeiro tempo bastante positivo para os Gverreiros do Minho, que ao intervalo venciam por dois golos sem resposta e com razões de queixa da arbitragem, que haveriam de se estender para a etapa complementar. Sinceramente nem conhecia o árbitro Bruno Costa, cujo desempenho causou desconfiança nas gentes de Braga presentes no estádio. Se a comparação for com a arbitragem realizada na partida Estrela da Amadora vs Sporting CP, então as razões para desconfiar aumentam consideravelmente. Desta vez o exemplo é dos leões, mas outras vezes é de portistas e benfiquistas, parecendo que se revezam na forma de tirar proveito destas diferenças de tratamento que roçam o absurdo.
Para os registos fica o triunfo do SC Braga num jogo em que até o VAR gerou desconfiança pelo tempo demorado e pelas linhas que julgam lances dúbios de fora de jogo, traduzidos depois em golos anulados ou em golos validados.
O receio da Legião do Minho é fundamentado para o que se segue até final da época, devido ao condicionamento de um sistema que ultrapassa largamente as fronteiras desportivas, uma vez que a podridão está ao virar da esquina sempre que o ser humano se move por tráfico de influências. Neste contexto até tenho receio do que se possa ver em Alvalade no próximo jogo, em caso de necessidade. No momento em que escrevo este artigo são fortes as apostas em árbitros que garantam um trabalho amigável para os leões. Recomendo a escuta das palavras de Carlos Carvalhal na análise ao jogo, após vencer o Arouca FC. Elas dão que pensar e, assim, só podemos seguir juntos.