Vou continuar a escrever sobre Rui Alberto Martins Teixeira que, como já disse na crónica anterior, frequentou, com êxito, os Seminários Diocesanos de Braga. Se fosse a desenvolver, aqui, o seu currículo, dava para umas dezenas de crónicas, mas vou referir-me ao essencial deste grande peregrino da cultura e do seu contributo social a nível dos categorizados cargos que desempenhou. Saiu do Seminário, porque optou pela vida laical, mas tem sido sempre, ao longo da sus vida, o desabrochar de tantos ensinamentos e valores que o seu canteiro bracarense lhe proporcionou. Homem de causas e de imparável serviço à sociedade, sempre com uma dedicação sem limites, não tendo em conta o esforço físico e psicológico para o bem social, servindo, com o seu talento, as instituições a quem ele se dedicou com tanto carinho, fazendo-as progredir com espírito de entrega.
Possui uma biografia invejável, rica e variada nos cargos que serviu e ainda serve, mesmo debilitado com os problemas de saúde que enfrentou, mas, mesmo neste campo, tem sido forte a sua heroicidade e com os profissionais de saúde que foi encontrando.
O sucesso não cai do céu e não é fácil encontrá-lo, mas com o querer de cada um de nós, com o nosso trabalho, com as nossas convicções, com as capacidades e talentos de cada um, lá se consegue chegar aonde se pode, fazendo render as suas competências, dando ao meio em que vivemos tudo aquilo que somos e podemos, cada um à sua maneira. O meu grande amigo, Rui Teixeira, tem sido um desses grandes exemplos.
Rui Teixeira começou por alicerçar-se, academicamente, com o bacharelato e licenciatura na área das Ciências da Nutrição pela Universidade do Porto. Em Coimbra apaixonou-se pela Saúde Pública, onde se diplomou, como mestre, na Faculdade de Medicina. Frequentou a Faculdade de Ciências Sociais e Económicas da Universidade da Extremadura, Espanha, onde se doutorou em Economia e Empresas. Sempre à procura do saber, ainda fez a Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Instituições do Ensino Superior na Cátedra Unesco de Direção Universitária (CUDU) da Universidade Politécnica da Catalunha e o Curso de Alto Dirigismo Empresarial (CEVAL/CCRN/AEP).
Por todo este percurso académico, podemos já imaginar as inúmeras atividades por ele exercidas e todos os cargos que ele ocupou que, nesta crónica, não me vou referir a todo o seu desempenho por falta de espaço, mas completarei, na próxima, se a Direção deste prestigiado diário assim o entender.
Rui Teixeira foi sempre um lutador pelas causas que tem assumido. Logo que começou a exercer, em 1979, como docente da disciplina de Saúde, Apoio Pedagógico aos Estágios na Escola Normal de Educadores de Infância, onde também coordenou os Serviços de Ação Social Escolar, acumulando, no ano seguinte, a responsabilidade dessas disciplinas no Magistério Primário, dirigido pela sua amiga Dra. Genoveva Amaral, cruzando-se, mais tarde com ela, no Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVV) do qual, Rui Teixeira, foi Presidente durante 14 anos, e, ainda, em 1979, lecionou as disciplinas de Nutrição, Alimentação, Dietética, Bioquímica, Biofísica e Informática na Escola de Enfermagem que passou a ser Escola Superior de Enfermagem/Saúde do IPVV.
Neste peregrinar cultural, percorreu caminhos que muito pouca gente aguenta o esforço, mas o Rui, com a sua persistência, jamais parou. Trabalhou com a Direção-Geral de Saúde, tendo a responsabilidade pelas várias vertentes nesta área, sob a orientação da Dra. Pediatra Celsa de Carvalho. Teve a sua influência nos Conselhos dos Diretores das Escolas de Enfermagem, opinando sobre as revisões dos Planos Curriculares do Curso, passando a ser o autor dos programas de Nutrição, Alimentação, Dietética, Bioquímica e Biofísica que foram adotadas nas diferentes reformas do Curso de Enfermagem até à sua transição para o ensino superior. Foi formador de professores do 1º Ciclo e de educadores de infância, sobretudo na Região Norte do país. Participou em vários centros de formação de professores na área da saúde, reforçando a sua atividade de formação contínua de professores com a integração nas ESE das escolas normais do Magistério e Educadores de Infância.
Em 2000, candidata-se à direção da Escola Superior de Enfermagem, assumindo a vice-presidência do Conselho Diretivo, lugar que desempenhou sempre como o objetivo de qualificar a escola sempre mais.
Com o seu espírito de liderança, não olhando a meios, mesmo financeiros, para qualificar as suas instituições, percorrendo o país e o estrangeiro à procura de novos modelos, novas formas e novas experiências, partilhando com os outros também a sua longa experiência e o seu prestigiado nível académico, conseguiu insondáveis glórias para a região, sobretudo para o IPVV que ele sempre dirigiu com elevado esforço e liderança qualificada desde 2005/2019…
