No passado fim de semana tivemos um jogo de futebol classificado como “rivalidade histórica” entre “vizinhos”, um “Vitória – Braga”, momento por muitos considerado de grande emoção e vibração juntos dos adeptos destes clubes.
Algumas discussões, antes e depois do jogo, em determinado fóruns, nomeadamente nas redes sociais, mostram que ainda estamos numa fase de desenvolvimento social francamente baixo e perigoso, que afeta muitas mentes e que põe em risco com regularidade preocupante a integridade física de muita gente. As rivalidades são importantes quando se sabem viver de forma saudável, quem não está preparado não é bem vindo ao desporto, devendo ser reeducado socialmente.
Este panorama sugere uma urgente necessidade de repensar como as emoções são geridas durante os eventos desportivos, apontando para a integração de práticas que promovam um ambiente mais seguro e sobretudo com respeito pelo resultado final, equipas e seus apoiantes. Há que pensar e trabalhar para uma elevação social do desporto.
As frequentes cenas de insultos e mesmo confronto entre adeptos são uma promoção péssima para a imagem dos clubes, do desporto e mesmo do país. Esta situação espelha uma falta de cultura desportiva e ética, de maturidade emocional e social entre os envolvidos. O futebol, e o desporto em geral, deve ser uma fonte de alegria, união e orgulho comunitário, não um fator de violência e divisão.
Por outro lado, focar quase toda a atenção, energia e preparação em um ou dois jogos por temporada contra um rival local, pode desviar a atenção de objetivos maiores, como conquistar campeonatos nacionais e competir em palcos internacionais. Todos os jogos valem os pontos e devem ser encarados sempre para vencer. Os clubes devem aspirar a criar uma cultura que valorize o sucesso sustentável e de longo prazo, além dos confrontos diretos nos chamados “derbies”.
No contexto do resultado social e desportivo, torna-se fundamental promover rivalidades saudáveis e formar os adeptos a lidar com a derrota e a vitória de forma digna é crucial. Iniciativas de reeducação social podem incluir campanhas de sensibilização, programas educativos para jovens adeptos, e ações coordenadas entre os clubes e as autoridades locais para promover o respeito mútuo.
Perante uma provocação ou uma atitude desrespeitosa, é importante promover a calma e a reflexão antes de reagir. Uma técnica útil é a da respiração profunda: inspirar profundamente três vezes, mantendo a respiração por cerca de dez segundos cada vez, pode ajudar a acalmar a mente e proporcionar uma perspetiva mais clara.
As rivalidades no futebol têm o potencial de ser celebrações emocionantes da competição e do orgulho local, mas devem ser geridas com cuidado e responsabilidade. Promover uma mentalidade que valorize o respeito mútuo e a segurança é essencial para o desenvolvimento de um ambiente desportivo positivo e inclusivo. Há, sem dúvida, coisas mais importantes na vida do que a vitória num jogo de futebol, e é essencial que todos os envolvidos no mundo do desporto mantenham essa perspetiva clara.
