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Às mães que cá ficaram

 

 

Programador informático e membro da Iniciativa Liberal 

Deus não pode estar em todos os lugares, por isso fez as mães – Ditado judaico

Hoje é Dia da Mãe! O dia em que, independentemente da idade, classe social, religião, região ou escolaridade, cada um celebra todo o amor que tem pela sua mãe. Um dia tão especial que, não sendo feriado, parece.

Neste dia, não existe uma norma social ou uma tradição associada. Cada um celebra o Dia da Mãe à sua maneira. Os mais afortunados estarão junto dela, proporcionando-lhe um dia especial. Infelizmente, muitos jovens hoje, não terão essa sorte. Não por as suas mães terem partido, mas porque foram eles que tiveram de partir.

Em média, um em cada três jovens portugueses estão emigrados. Muitos saíram por obrigação, desamparados, para um país que lhes é estranho, muitas vezes mal falando a língua ou conhecendo os costumes. Partiram para terem oportunidades de emprego sérias, para conseguirem condições de vida dignas, para terem o devido reconhecimento pelas suas valências. É uma pena ver que a única esperança desta geração é olhar para o estrangeiro.

E as suas mães? Haverá maior tristeza, que a sina destas mães portuguesas? Pessoas que tanto lutaram, que tanto sofreram, que de tanto abdicaram, para que os seus filhos pudessem estudar na ilusão de que talvez tivessem melhores oportunidades. Eles receberam tudo das suas mães, e no final, terão de partir, em busca de um futuro que a sua terra insiste em negar-lhes.

Está na hora de mudar a sorte destas senhoras. Temos de agir para que estes filhos não tenham de ir para longe! Esta é, possivelmente, a nossa última oportunidade de criar condições, para não perdermos uma parte desta geração. Temos de garantir-lhes carreiras profissionais com futuro, bons ordenados e habitação a um preço razoável. Só assim conseguiremos impedir de partir quem ainda cá está, para, depois, fazer com que aqueles que já partiram, regressem.

Para fazermos isto, muito terá de mudar e, pela minha experiência, asseguro que a solução não está em quem causa o problema. Precisamos de criar novas políticas, que queiram realmente resolver os problemas dos jovens, sem demagogias, sem populismos, com substância, com contas sustentáveis, e sobretudo, com visão de futuro! Porque os jovens de hoje são os homens e as mulheres que guiarão Portugal amanhã.

Devemos lutar, todos os dias, para construir um país, que faça com que os filhos estejam cá, quer no Dia da Mãe, como em todos os outros.

Este texto é para todas estas mães. Sei que é nestas datas que mais aperta a saudade do filho que partiu, mas, sobretudo, da mãe que ficou.

Feliz Dia da Mãe e... obrigado mãe!

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Emanuel Rodrigues

5 maio 2024