twitter

O Estado do Município

 

 


Na semana transacta, a Assembleia Municipal de Braga aprovou o Relatório de Gestão e Contas da Câmara Municipal de Braga, relativo ao ano de 2023.

Sendo certo que, para o próximo ano, vamos ter eleições autárquicas, será um bom momento para fazermos um ponto de situação das principais obras que o actual executivo ainda tem de levar por diante.

A realidade é que o décimo primeiro ano de Ricardo Rio vai ficar marcado pela aprovação de instrumentos e execução de um conjunto de obras estruturantes para Braga, a fim de estarem prontas em 2025, ano de eleições. Vejamos:

- Neste momento, o maior problema da cidade é a habitação. A IL tem insistido na aprovação, com a maior brevidade possível, do PDM, pois só com o aumento da disponibilização de áreas urbanas (e posterior construção) se mitigará este drama que os Bracarenses estão a viver. Só com o aumento da oferta, se travará o aumento dos preços da habitação. Lamentavelmente, acho que, na melhor das hipóteses, só para o final do ano, teremos em vigor este instrumento estruturante para a cidade;

- Ainda relacionado com o PDM, há falta de espaços para as empresas se instalarem em Braga. Temos conhecimento de empresas que estão a sediar-se e outras a transferir-se para concelhos vizinhos motivadas por esta problemática. Também por este problema, a nossa cidade necessita urgentemente da revisão do PDM em vigor;

- Uma obra da máxima importância é a nova residência na antiga Fábrica Confiança. Os jovens universitários necessitam rapidamente deste equipamento em funcionamento! 

- A “novela” da SGEB ainda não terminou. Neste momento, ainda está no Tribunal de Contas. Esperamos que avance rapidamente para enterrarmos, de uma vez por todas, este elefante branco;

- Quanto à rede ciclável, no relatório de actividades é referido que nesta matéria foram feitos avanços significativos. Ao nível da rede podemos afirmar que esta ainda é inexistente. Se atendermos ao executado não existe ligação entre as várias ciclovias, sendo mais parecida com uma manta de retalhos do que com uma rede;

- Por outro lado, uma coisa é certa, estes doze anos não vão ficar marcados pelo investimento no património histórico-cultural da nossa cidade. Noticiava-se em Janeiro de 2021, que o Município ia investir seis milhões na recuperação de cinco sítios arqueológicos: Parque Arqueológico de Braga, através de obras ou estudos, no Teatro Romano da Cividade, na Ínsula das Carvalheiras, nas ruínas da Rua Santo António das Travessas, na Estação Arqueológica de Santa Marta das Cortiças de Braga e no Convento S. Frutuoso. Volvidos estes anos apenas avançam as obras no Convento de S. Frutuoso e esperamos que finalmente se inicie a musealização da Ínsula das Carvalheiras. Não podemos esquecer que ainda temos património em risco, designadamente o Castro do Monte Redondo e o Castro do Monte das Caldas;

- Por fim, temos os equipamentos culturais da nossa cidade encerrados, tais como Museu da Imagem e Casa dos Crivos. Sinceramente, quanto à Torre de Menagem já não acredito que neste mandato seja aberta ao público. Esperamos também que a Câmara Municipal de Braga avance para a aquisição do edifício do antigo cineteatro S. Geraldo e finalmente seja disponibilizado a sua fruição aos cidadãos.

Por fim, importa referir que vamos ter várias promessas que não vão ser cumpridas. Das mais importantes, salientamos o Parque Eco-Monumental das Sete Fontes e resolução do problema do nó de Infias. 

Espero sinceramente estar enganado!

 


*O autor por opção não escreve segundo o novo acordo ortográfico.

 


 

Bruno Miguel Machado

Bruno Miguel Machado

28 abril 2024