A aprovação do Programa do Governo na Assembleia da República, na passada sexta-feira, conferiu plenitude de funções a Luís Montenegro e à sua equipa governativa. Apesar das moções de rejeição do PCP e do BE que as anunciaram ainda antes de o conhecerem, o PS absteve-se e prevaleceu o bom senso.
Os problemas do país são imensos a começar pela conflitualidade e a radicalização existentes em diversos setores da sociedade portuguesa.
Na Saúde, é imperioso restaurar a paz e a confiança dos seus diferentes profissionais e dotá-la dos meios imprescindíveis ao cumprimento integral da sua nobre missão.
Na Educação, urge restituir ao pessoal docente a dignidade perdida e a valorização que merece, devolvendo à Escola Pública o importante papel de elevador social, tão importante sobretudo para as camadas populacionais mais desfavorecidas. De igual modo, é de elementar justiça valorizar as carreiras do pessoal não docente para que possa desempenhar as suas importantes funções com dedicação e competência.
Nos três ramos das Forças Armadas, é inadiável a valorização de carreiras e a criação de incentivos capazes de atrair mais jovens para as suas fileiras. De igual modo, é necessário dotá-las dos meios para que possam desempenhar cabalmente as missões que lhes estão confiadas.
Nas forças de segurança, nomeadamente na PSP, GNR e guardas prisionais, é urgente satisfazer as reivindicações de paridade de tratamento, comparativamente ao pessoal da Polícia Judiciária. Paralelamente, é necessário ouvir os Bombeiros e satisfazer, na medida do possível, as suas exigências.
Na Justiça, é indispensável ir ao encontro das reivindicações dos funcionários judiciais de modo a não emperrar a sua atividade e, assim, não a tornar ainda mais morosa.
Na crise da habitação, a resolução do problema será, pela sua natureza, forçosamente mais lenta, mas também aqui será possível adotar medidas que possam aliviar esta gravíssima questão que atinge milhares de cidadãos.
Pelo volume e pela natureza dos assuntos, poder-se-á dizer que o caminho do Governo é um trilho estreito e exaustivo, principalmente na conjuntura internacional atual, atendendo às situações de guerra na Ucrânia, no Médio Oriente e aos conflitos latentes noutras paragens. É um Governo a quem muito se exige e sem tempo para estados de graça.
O povo está cansado da longa campanha eleitoral, das longas esperas, de numerosos folhetins e de promessas sempre adiadas.
O povo está ávido de coragem e de ação e pugna pela devolução da confiança num futuro melhor.
O povo já não tolera esperar mais.
Luís Montenegro e o todo o seu Governo não têm tempo a perder.
Se conseguirem dar resposta em tempo útil a tantos e tão gravosos problemas, caminharão para uma vitória nas próximas Eleições Europeias de 9
de junho e poderão franquear as portas para um longo caminho ao serviço de Portugal. Paralelamente, contribuirão para a normalização do espetro político português, frenando a subida a recentes fenómenos demagógicos e populistas.
Se para muitos Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática, foi uma surpresa no ato eleitoral de 10 de março, ainda o poderá ser mais se for capaz de fazer jus às suas promessas, de repor a tranquilidade na sociedade portuguesa e de lhe restituir a esperança num amanhã mais próspero e mais solidário.
É um encargo gigantesco e uma missão patriótica. Porém, como muitos outros concidadãos, acredito que será possível.
Como diz o famoso provérbio latino, “a sorte protege os audazes”.
Que ao novo Governo não lhe falte a audácia para levar por diante as transformações que o país carece e que o povo anseia.
Para bem de Portugal e de todos os portugueses.