1. Se não falarmos a linguagem de hoje, como é que as pessoas de hoje poderão ter acesso à mensagem de sempre?
Não chega, porém, mudar a linguagem. Bento XVI assinalou que é fundamental mudar «o estilo de organização da comunidade» e «a mentalidade dos seus membros».
2. A Igreja será fermento no mundo se nunca desistir de ser fiel a Jesus Cristo.
É vital que a Igreja seja transparentemente – e limpamente – Jesus Cristo. Sem Cristo, nunca conseguiremos saber o que a Igreja é, o que a Igreja tem de ser.
3. A história está grávida de Cristo, a humanidade anseia por Cristo, o mundo precisa de Cristo.
A maior necessidade que o mundo transporta – ainda que nem sempre a verbalize – é, inquestionavelmente, a necessidade de Jesus Cristo. Pelo que propor Jesus Cristo é a suprema prova de amor que a Igreja pode dar ao mundo.
4. É provável que, conforme a percepção vertida por Teilhard de Chardin, o Cristianismo «ainda esteja na sua infância».
Alexandre Man também registou que «o Cristianismo está somente a começar».
5. Aliás, o Cristianismo não existe senão para começar e para ser memorial dos começos: «O Cristianismo descobre-se nos seus começos» (J.P. Jossua).
Ele é uma espécie de umbral, vislumbre e sementeira. A colheita ocorrerá «quando o Filho do homem vier na Sua glória» (Mt 25, 31).
6. Acresce que a fecundidade no fim depende essencialmente da fidelidade aos começos.
É certo que o caminho da Igreja não se faz para trás, mas ela não pode esquecer o que lhe vem do princípio. A Igreja está sempre em génese.
7. Não basta trazer o futuro do mundo para a Igreja; é imperioso que a Igreja não se demita de levar Cristo para o futuro do mundo.
O futuro introduzirá certamente mudanças na Igreja, mas a Igreja também terá de ser fermento de mudança no futuro.
8. Por isso, ela vai ao encontro do futuro reencontrando-se com as suas origens.
Com este duplo olhar («ante et retro oculata»), a Igreja procura fazer sobressair Jesus Cristo e o Seu Evangelho.
9. As origens não são um armazém do passado, mas, em cada presente, é nelas que reavemos um motor para rumar ao futuro.
Nas origens não está o antigo, está o perene: Jesus Cristo. O que resta do Seu rasto é o Seu novo corpo: chama-se Igreja.
10. Foi na Igreja que Jesus depositou o Seu corpo. Foi na Igreja que Jesus dilatou a Sua presença.
Foi na Igreja que Jesus plantou o Seu Evangelho: não apenas o Evangelho escrito, mas sobretudo o Evangelho inscrito; não somente o Evangelho que encontramos no livro, mas acima de tudo o Evangelho que reencontramos na vida!