Este é o meu momento de regresso, a Portugal, a Bracara Augusta e ao nosso Diário do Minho.
Em Díli, Timor-Leste, desde 2015, oito anos cumpridos, chegou o momento para voltar ao meu métier/mister, regressar à minha casa mãe, à Inspeção-Geral da Educação e Ciência exercendo as funções profissionais de Inspetor da Educação e Ciência e regressar à colaboração com o nosso Diário do Minho, com a crónica “Outro Ponto de Vista”, espaço de reflexão e intervenção cívica.
Este intróito, necessário, complementa o que pretendo testemunhar.
O tempo em Timor-Leste, considero, os anos mais ricos da minha vida pessoal e profissional.
Aprendi, escutando e vivenciando uma outra realidade.
Se na qualidade profissional de inspetor tinha uma visão de Escola, diferente, hoje vejo-a numa perspetiva mais holística.
Perscruto, interiormente, ganhei qualidades humanas, a que devo a esta minha experiência profissional, pessoal e humana!
Ao correr da pena…
Cumprimento integral do compromisso firmado na Carta de Missão de setembro de 2015, elaborado por força dos normativos legais a quem é nomeado para cargos de dirigentes superiores.
Reafirmamos em cada um dos momentos reflexivos que a ecologia e organização dos espaços é condicionador das formas comportamentais e necessariamente potenciadoras das aprendizagens. Daí a procura de enquadramento de espaços adequados, tais como o Auditório 13 de Março o gabinete médico, do SPO/EMAEI, a Sala de trabalho de docentes, a Sala Sophia Mello Breyner e o espaço de atendimento de EE.
Referência, ainda, a dados objetivos do sucesso escolar, social e humano, comparando os resultados dos anos letivos, desde 2015/16 ao atual 2022/23 mantendo-se sem variância significativa em níveis elevados com o acesso ao ensino superior de Portugal e outros países, revelando que a maioria dos nossos alunos entram na 1.ª das opções.
A resiliência e a resposta que fomos capazes de dar no tempo da pandemia, com a construção de um adequado Plano de Contingência, com o processo de aulas on-line, a vacinação completa da toda a comunidade escolar, permitiu-nos ultrapassar este momento de grande adversidade.
A calamidade, as cheias de 13 março, que resultou na destruição de parte significativa da nossa Escola obrigaram-nos a todo um processo de reconstrução.
Hoje a nossa Escola Portuguesa de Díli está melhor.
Constatação evidente!
A melhor forma de celebrarmos esta passagem em Missão de Serviço, é constatarmos o sucesso pedagógico da implementação do nosso Plano de Inovação, que visa aumentar a proficiência e o domínio da língua portuguesa.
A Revista Tempo, único meio de comunicação em língua portuguesa é exemplo que fica e esperemos se desenvolva neste tempo novo!
Sem elaboradas elucubrações, o nosso Plano de Ação e Desenvolvimento Estratégico – PADE, permite-nos perscrutar que quem escolhe horizontes curtos não vai longe!
Sem falsas modéstias a atribuição por parte do Estado de Timor-Leste da Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração de Timor-Leste, atribuída pelo Presidente José Ramos-Horta é uma honra que partilho com todos, os portugueses e os nossos irmãos timorenses e da diáspora.
Ao Presidente Doutor Ramos-Horta e em si, Timor-Leste no seu todo, com saudade, um sentido OBRIGADO BARAK!