O Papa Francisco condenou hoje o terrorismo e a violência em nome da religião, durante um encontro inter-religioso pela paz, na localidade iraquiana de Ur, a terra natal do patriarca Abraão, figura de referência para judeus, cristãos e muçulmanos.
«Da terra do nosso pai Abraão, afirmamos que Deus é misericordioso e que a ofensa mais blasfema é profanar o seu nome odiando o irmão. Hostilidade, extremismo e violência não nascem dum ânimo religioso: são traições da religião», referiu Francisco.
Depois de, nesta manhã, ter conversado em privado com o grande Aiatola Al-Sistani, maior figura do Islão xiita no Iraque, na cidade de Najaf, o Papa encontrou-se em Ur com líderes muçulmanos e com representantes de minorias religiosas – cristãos, mandeus (crentes que veneram São João Batista como messias) e yazidis, estes um grupo particularmente atingido pela violência do Daesh.
“Nós, crentes, não podemos ficar calados, quando o terrorismo abusa da religião. Antes, cabe-nos a nós dissipar com clareza os mal-entendidos”, apontou.
Francisco evocou as «nuvens negras do terrorismo, da guerra e da violência» que atingiram o Iraque nas últimas décadas, afetando as várias comunidades étnicas e religiosas.
Francisco disse que os crentes são chamados a mostrar a «bondade» de Deus através da fraternidade.
No discurso alertou ainda para as várias crises que atingem a humanidade, criticando o comércio de armas e a «idolatria do dinheiro», em particular perante os efeitos da pandemia.
«Não haverá paz sem partilha e acolhimento, sem uma justiça que assegure equidade e promoção para todos, a começar pelos mais frágeis», realçou o Papa.
O dia do Papa conclui-se em Bagdade, na Catedral de São José, da histórica comunidade caldeia, que em 2010 foi alvo de um ataque terrorista da Al-Qaeda; Francisco vai tornar-se o primeiro pontífice a presidir à Missa no rito caldeu, um dos principais do oriente católico.
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Autor: Redação/Ecclesia
Papa condena o terrorismo em nome da religião
Publicado em 06 de março de 2021, às 10:26