A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) agradeceu esta segunda-feira ao Papa Francisco a “redobrada atenção” aos mais pobres e a constante luta contra os abusos sexuais na Igreja, numa nota que assinala os 10 anos do pontificado de Jorge Bergoglio.
No documento, além de agradecer ao Papa Francisco “a constante luta contra os abusos sexuais de menores e adultos vulneráveis na Igreja, convocando toda a Igreja para a tolerância zero”, a CEP destaca o cuidado pelos "mais descartáveis", com as viagens apostólicas “sobretudo a países da periferia”.
Os bispos portugueses agradecem igualmente ao Papa Francisco o “empenho contínuo” pelo efetivo diálogo ecuménico e inter-religioso, o apelo e compromisso pela paz e justiça no mundo e todas as atitudes e gestos que a CEP considera conduzir a uma Igreja “autenticamente inclusiva, aberta e ‘em saída’”.
A CEP destaca as primeiras palavras de Jorge Bergoglio após a sua eleição, a 13 de março de 2013, sublinhando o desejo de, em conjunto com o povo, percorrer “um caminho de fraternidade, de amor, de confiança”.
“Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade”, é outra das frases iniciais de Jorge Bergoglio como Papa destacadas pela CEP.
Ao saudar o ministério pastoral do Papa Francisco, os bispos agradecem-lhe ainda a presença em Portugal, em 2017, “como peregrino da paz no centenário das aparições em Fátima”, e lembram que contam com a sua presença em agosto próximo para a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.
A CEP agradece a Francisco “todo o intenso magistério que nos legou até hoje”, realçando a “programática exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’”. A Conferência também lembra os documentos que se seguiram, “sobre a luz da fé, o amor na família, a santidade no mundo atual, os jovens, o cuidado da casa comum e a fraternidade”, assim como as “catequeses temáticas ao longo destes dez anos e inúmeras homilias, mensagens e cartas”.“Rezamos pelo Papa Francisco, para que Deus continue a abençoá-lo com os seus dons e o fortaleça no serviço à comunhão e missão da Igreja”, acrescenta a Conferência Episcopal Portuguesa.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, a 17 de dezembro de 1936. Filho de emigrantes italianos, trabalhou como técnico químico antes de optar pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus, licenciando-se em filosofia e teologia. Ordenado padre a 13 de dezembro de 1969, foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois provincial dos religiosos na Argentina (1973-1979). João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de junho desse ano, assumindo a liderança da diocese a 28 de fevereiro de 1998. Então Primaz da Argentina, seria criado cardeal pelo Papa polaco a 21 de fevereiro de 2001, ano no qual foi relator da 10ª assembleia do Sínodo dos Bispos. Tem como lema ‘Miserando atque eligendo’, frase que evoca uma passagem do Evangelho segundo São Mateus: “Olhou-o com misericórdia e escolheu-o”. O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do Papa que então se tornou emérito. Para além de ter assumido o inédito nome de Francisco, é também o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja.Autor: Agência Lusa/Agência Ecclesia/Redação