Depois de um dia intenso, com a conferência do padre Pierangelo Muroni e workshops para os diversos ministérios, no âmbito do 1º. Encontro Arquidiocesano de Pastoral Litúrgica, o Arcebispo de Braga celebrou na Sé para os fiéis em geral, mas em particular para os diversos agentes da pastoral litúrgica. Numa homilia em plena sintonia com tudo o que se tinha passado e dito durante o encontro, D. José Cordeiro pediu uma pastoral partilhada e sinodal na Igreja de Braga.
A eucaristia solene, concelebrada por muitos dos sacerdotes que tinham participado no encontro, serviu também para a instituição de leigos nos ministérios de acólitos, catequistas e leitores. Ministérios cada vez mais importantes e que o Encontro de ontem serviu para reforçar o seu papel, desde que imbuídos no espírito de serviço, para a gloria de Deus e salvação das almas.
«Juntos, no caminho de Páscoa, podemos perguntar: no contexto de uma liderança pastoral partilhada / liderança pastoral sinodal, o que é específico de cada um? Qual o papel dos leigos e qual o papel dos clérigos e de uns em relação para com os outros?», questionou D. José Cordeiro.
O Arcebispo Metropolita de Braga lembrou o documento final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, na segunda sessão de 2 a 27 de outubro de 2024, que salienta: «em resposta às necessidades da comunidade e da missão, ao longo da sua história a Igreja deu origem a alguns ministérios, distintos dos ordenados. Estes ministérios são a forma que os carismas assumem quando são reconhecidos publicamente pela comunidade e por aqueles que têm a responsabilidade de os orientar, e são colocados de forma estável ao serviço da missão. Alguns estão especificamente mais voltados para o serviço da comunidade cristã ...»
Unidade na diversidade dos carismas
O prelado referiu-se à unidade na diversidade dos carismas (dom concedido a cada um para o serviço de todos) é descrita por São Paulo, a partir de um tema conhecido na cultura helénica, o corpo humano como imagem do corpo social, induzindo ao respeito pela diversidade dos seus membros em ordem a uma finalidade comum.
Ora, na leitura de D. José, o apóstolo indica o caminho do corpo harmonioso, no qual cada um descobre o seu lugar para o bem de todos. «O primado é da ação do Espírito Santo que distribui os seus dons. Porém, não se descuida o valor da edificação da comunidade».
A propósito dos gestos na liturgia, o Arcebispo Primaz citou o Santo Padre, também para reforçar o que já tinha sido dito de manhã. «Não há liturgia cristã se, aos gestos que fazemos, não corresponde uma vida de fé, esperança, caridade».
De referir que, no dia em que se chamou atenção para a qualidade das leituras, apelando a que a palavra de Deus seja, «Proclamada», os leitores foram bem escolhidos.
D. José Cordeiro lembrou ainda que a “Oração Coleta” de hoje, III Domingo do Tempo Comum ou Domingo da Palavra de Deus, «é uma composição concisa, no sentido da obediência filial à Palavra do Pai: “dirigi a nossa vida segundo a vossa vontade», e à fecundidade espiritual da Igreja em Cristo, «para que mereçamos produzir frutos de boas obras, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho».»
Recorde-se que, a partir de agora, pretende-se que este Encontro Arquidiocesano de Pastoral Litúrgica realiza-se sempre no Domingo da Palavra, como revelou o padre Rui Sousa, presidente da Comissão Arquidiocesana de Liturgia e Espiritualidade da Arquidiocese de Braga.
Depois de ter sido divulgada nas páginas da internet da Arquidiocese de Braga, os participantes do encontro tiveram ontem acesso, em papel, à Nota Pastoral - “Ministérios laicais na Igreja sinodal missionária”. O desejo de D. José é que este documento possa orientar os passos da ministerialidade na vida da Arquidiocese, proporcionando uma caminhada em conjunto. «É preciso dar cidadania à vitalidade criativa do Espírito Santo, que não deixa de tornar fecunda a sua Igreja. Juntos, servidores do Servidor, no caminho de Páscoa, sob o olhar da Virgem Santa Maria, Mãe da Esperança», concluiu, em jeito de oração.
A missa foi solenizada pela Escola de Música Litúrgica da Arquidiocese de Braga, fazendo jus ao nome.