O professor do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa, Eduardo Duque, destaca a importância do Sínodo na abertura de um caminho de maior aproximação da Igreja às pessoas e às suas realidades concretas do quotidiano.
Em declarações à Agência Ecclesia, o sacerdote da Arquidiocese de Braga, que é também membro da Equipa Sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa, considerou que o documento final que resultou do Sínodo convocado pelo Papa Francisco «trabalha bastante bem» as novas realidades do mundo e revela uma Igreja que está a ganhar maior vitalidade nas comunidades de base.
«Este Sínodo sobre a sinodalidade exige que olhemos para nós próprios e vejamos que há muitas coisas que podemos fazer pela Igreja em que acreditamos e que vivemos, tornando-a mais próxima das pessoas», disse Eduardo Duque, que vai participar no próximo sábado, dia 11 de janeiro, no encontro nacional que a Conferência Episcopal Portuguesa realiza em Fátima. Destinado a debater as conclusões da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos (2021-2024), o encontro vai contar com a presença dos membros dos Conselhos Pastorais Diocesanos e das equipas sinodais de cada diocese.
Convicto de que os princípios da sinodalidade vão transformar-se em «medidas muito concretas», sem «medo de arriscar e de falhar», o docente da Universidade Católica destaca que «a Igreja depende dos contextos culturais, económicos, sociais, vivenciais de cada pessoa».
Desafiando a que o documento final do último Sínodo seja lido de uma forma «muito aberta», o sacerdote bracarense nota que «se vivemos numa sociedade diversa e complexa, não podemos propor que as pessoas vivam a Igreja de uma forma monolítica, não bate certo».
«O documento trabalha bastante bem a complexidade social em que vivemos, a questão da urbanização ou da digitalização», acentua Eduardo Duque, para defender uma maior valorização da «riqueza» das comunidades católicas, na sua diversidade.