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Senhoras de Fafe voltaram a peregrinar ao lado de uma multidão emocionada

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Fotografia DM

Rui de Lemos

Jornalista

Publicado em 15 de julho de 2024, às 11:41

Peregrinação em honra da Senhora de Antime terá sido uma das mais grandiosas de sempre

O cordão humano em redor de Nossa Senhora da Misericórdia de Antime e de Nossa Senhora das Dores de Fafe nunca terá sido tão extenso e impressionante como no dia de ontem. Uma verdeira multidão acompanhou as Senhoras de Fafe na sua peregrinação anual, muitos descalços, entre palmas e lágrimas.

Maria Emília foi, ontem, a Antime, honrar a memória dos pais e «consolar o coração» aos pés da Senhora da Misericórdia. Uma prática herdada, de longos anos e «que manterei sempre enquanto a saúde mo permitir», afiança a empregada de comércio, natural de Fornelos. Como ela, foram milhares os que tornaram pequeno o templo, o adro e o pequeno largo fronteiro à Igreja de Antime, logo pelas primeiras horas da manhã. 

Aos peregrinos, o Bispo Auxiliar de Braga disse exatamente «que cada um de nós é filho desta Mãe e cada um sente isso no seu coração», recordando a memória dos dias em que fomos levados ao colo, pela mão ou seguindo os mais velhos em direção à igreja. Na homilia matinal, D. Delfim Gomes exaltou «todos aqueles que ao longo destes anos trilharam o mesmo caminho de fé, celebraram e comunicaram aos outros o amor misericordioso de Jesus». Erguendo Maria como exemplo, o prelado pediu aos peregrinos de Antime «que honrem e sejam modelos desta fé» na vida e nos gestos de todos os dias. 

Como anualmente acontece, sempre no segundo domingo de julho, ontem, em redor da Igreja de Antime concentrou-se a multidão de romeiros e fiéis que participaou nas celebrações religiosas das festas do concelho. Depois de se congregar, em devoção, aos pés de Nossa Senhora da Misericórdia, e participar na eucaristia solene, integrou, de seguida, a procissão que haveria de levar a imagem ao encontro da Senhora das Dores para que, juntas, rumem ao centro da cidade. 

Ninguém sabe ao certo quando começaram as procissões que saem da Igreja Nova de S. José, com a Senhora das Dores, ao encontro da outra procissão que partiu da Igreja Paroquial de Antime, com a Senhora de Antime ou da Misericórdia, mas anualmente a emoção é incontida quando as Senhoras de Fafe se encontram e saúdam, na Ponte de S. José. «O encontro das Senhoras é sempre o momento mais emotivo do curso das duas procissões», afiança o arcipreste de Fafe, José António Carneiro, acrescentando que o concelho viveu ontem «uma das maiores peregrinações de sempre». 

As Senhoras de Fafe são a causa da alegria e emoção do povo. Ontem, o jovem pároco de Antime, Tiago Costa, também se fez peregrino pela primeira vez. «Foi entusiasmante e muito emocionante poder olhar de perto a multidão de pessoas que se fizeram peregrinas. Excedeu muito as expectativas, sobretudo pela enorme adesão e perceber a emoção com que as pessoas rezam à Senhora, a devoção e a vida que lhe entregam nas mãos», resumiu.