O presidente do Instituto de História e Arte Cristãs (IHAC), o cónego José Paulo Abreu, revelou hoje que existe um projeto delineado para o estudo e a publicação de escritos inéditos do D. Frei Bartolomeu dos Mártires, antigo Arcebispo de Braga, que foi canonizado a 10 de novembro de 2019, na Basílica de São Pedro, pelo Papa Francisco.
Esta figura maior da Arquidiocese de Braga e da igreja portuguesa foi um dos místicos que esteve em destaque no I Congresso Internacional de Espiritualidade e de Mística que se realizou no Bom Jesus, de 24 a 27 de abril.
«Há escritos dele que ainda ninguém conhece, não são ainda públicos, são inéditos», notou o cónego José Paulo Abreu que neste evento apresentou uma conferência sobre o S. Bartolomeu dos Mártires.
Em declarações ao Diário do Minho, o presidente do IHAC disse que a concretização deste «projeto de grande fôlego» vai depender dos meios a angariar.
«Precisamos de encontrar meios para sustentar este projeto de grande investigação. Do D. Frei Bartolomeu dos Mártires há muito mais para contar e gostaríamos de o poder fazer com o intuito de atingirmos um objetivo superior que era vê-lo incluído na lista dos Doutores da Igreja, porque ele o merece», explicou.
O Instituto de História e Arte Cristã, através do cónego José Paulo Abreu, está envolvido e a trabalhar com outras instituições académicas no sentido de criar as condições para o estudo e a publicação destes escritos inéditos.
Arcebispo de Braga de 1559 a 1582, D. Frei Bartolomeu dos Mártires ficou conhecido mundialmente devido à sua participação no Concílio de Trento (1561-63).
Na Arquidiocese de Braga, notabilizou-se pela realização de visitas pastorais, empenho na evangelização do povo e formação do clero.
Em 1582 renunciou ao arcebispado e recolheu-se ao convento dominicano da Santa Cruz, na cidade de Viana do Castelo, onde viria falecer a 16 de julho de 1590, com 76 anos.