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Arcebispo de Braga enalteceu a eucaristia e Vida Consagrada na Festa da Apresentação

Arcebispo de Braga enalteceu a eucaristia e Vida Consagrada na Festa da Apresentação
Fotografia Francisco de Assis

Francisco de Assis

Jornalista

Publicado em 03 de fevereiro de 2024, às 10:55

Celebração na sé Catedral marcada também pela bênção e acender das velas, antes da procissão até ao interior do templo

O Arcebispo de Braga presidiu ontem à Eucaristia da Festa da Apresentação do Senhor, dia em que a Igreja celebra também a Senhora da Purificação ou das Candeias. Na cerimónia, muito participada, também por consagrados e consagradas, D. José Cordeiro enalteceu a Vida Consagrada, agradeceu a Deus pelas vocações e sublinhou o papel da eucaristia na vida de todo o cristão. A celebração teve início nos claustros da Sé Catedral, com o gesto de bênção do lume e o acender das velas, enquadrado no Rito Bracarense.

 Depois, todo o povo, de velas acesas nas mãos, seguiu para o interior da Sé Catedral, cantando “Senhor Tu és a Luz, que ilumina a terra inteira”. O Arcebispo Metropolita de Braga recordou que a festa da Apresentação do Senhor, 40 dias depois do Natal, Nascimento de Jesus, era designada de Festa do Encontro. Na homilia, as primeiras palavras foram para os muitos Consagrados presentes na Sé. Por isso, deu «profundas graças a Deus» pela sua fé, pelo testemunho e pelo exemplo. Salientou ainda que a vida consagrada liga-se intimamente à Eucaristia. «A própria Igreja recebe os votos dos que professam (...), associando a oblação deles ao Sacrifício eucarístico», disse, citando o Ritual da Profissão religiosa. O celebrante fez uma reflexão sobre “Memorial, sacrifício e banquete /obediência, castidade e pobreza”. «A Igreja recebeu a eucaristia do Senhor Jesus Cristo como o dom por excelência, porque é dom d’Ele mesmo e por isso, é verdadeira mente o mistério da fé e o sacramento do mistério da Páscoa», frisando que a eucaristia como ponto central do plano salvífico de Deus é o mistério da Páscoa. «Deste único e frontal mistério de Cristo nasce a eucaristia, a partir de três modelos: anamnético; sacrificial; convivial. Ousamos interligar estes três modelos com os três conselhos evangélicos: a obediência generosa; a castidade perfeita; a pobreza alegre», pediu.

 Sobre a eucaristia como memorial, o prelado citou o próprio Cristo na Última Ceia, quando disse: «fazei isto em memória de Mim», surgindo como um mandamento aos seus discípulos. «Trata-se da comemoração do mandato de Cristo, não apenas como recordação do passado, mas como proclamação das maravilhas que Deus operou na história da salvação por amor da humanidade, imprimindo ao caminho cristão o passo da esperança». Obediência livre D. José Cordeiro enfatizou que a vida consagrada é também memorial através da obediência, qual, memória viva do modo de existir e de agir de Jesus. «A vida consagrada só pode ser memorial de Cristo se continua a tornar presente a mesma forma de vida de Cristo. Ele é o obediente por excelência, porque não veio para fazer a sua vontade, mas a d’Aquele que O enviou. O seu modo de ser e de agir entrega--o nas mãos do Pai. Por obediência filial, assume a forma de servo: «despojou-Se a Si mesmo tomando a condição de servo (...), obedecendo até à morte e morte de cruz», disse, dando o exemplo também de Maria. Na visão do Arcebispo de Braga, a pobreza na vida consagrada testemunha a autenticidade do banquete pascal, fazendo da comunidade da mesa, uma comunidade de vida. «Da Eucaristia renasce a fantasia da caridade no mesmo serviço de Cristo a todos», referiu o Arcebispo.