O Arcebispo Emérito de Braga, D. Jorge Ortiga, apontou ontem «a construção da caridade» como a marca distintiva que faz «a diferença na vida dos cristãos». É que colocados «na Igreja e no mundo» como «sentinelas de Deus», os cristãos não podem limitar-se «a denunciar os perigos, as dificuldades, as feridas, os contratempos». Isso porque «as sentinelas são colocadas em lugar estratégico para prevenir e antecipar a resposta aos problemas», disse Jorge Ortiga.
O Arcebispo Emérito, que falava na homilia da eucaristia da 130.ª Peregrinação Arciprestal de Guimarães e Vizela ao Santuário da Penha, deixou claro que o exercício da caridade a que os cristãos são chamados compromete cada um com a promoção de um mundo mais justo e mais fraterno, com o combate a qualquer modelo económico que o mundo como “a Casa Comum” que Deus criou para acolher todos os homens e que não pode não ser destruída por nenhuma geração. Nesse quadro, D. Jorge Ortiga alertou para os riscos de um «mundo hodierno que impõe os critérios do individualismo», contrapondo à vida do “cada um por si” o sentido universal “Com Maria, construir Caridade”, que foi o lema da peregrinação de ontem.
«Viemos da Jornada Mundial da Juventude com a rica a experiência que os jovens viveram mas também toda a Igreja. Se hoje temos um tema [nesta peregrinação], vemos como Maria o viveu. Apercebeu-se da necessidade concreta da sua prima Isabel e corre apressadamente para ajudar», sublinhou D. Jorge Ortiga, deixando claro que essa pressa em ajudar o outro é também o apelo de hoje a cada cristão.
«Precisamos de nos aproximar, envolver na vida dos outros, não por espírito de crítica mas de entreajuda, não por interesse ou curiosidade mas amor gratuito, generoso, atento, sacrificado», acentuou o Arcebispo Emérito, para deixar claro que «construir a caridade com Maria» implica também aceitar o compromisso de «cuidar da nossa Casa Comum» e «declarar guerra» contra todos os atentados contra a Natureza»