O Santuário de Nossa Senhora da Franqueira foi este domingo pequeno para tantos fiéis que integraram a Peregrinação Arciprestal de Barcelos a este lugar sagrado barcelense. O calor não impediu que muitas centenas de pessoas, de muitas paróquias do arciprestado de Barcelos, subissem à Franqueira, acompanhando a imagem da Senhora da Franqueira, numa peregrinação presidida pelo Bispo Auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes.
O Bispo Auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes, presidiu este domingo à Peregrinação Arciprestal de Barcelos ao Santuário de Nossa Senhora da Franqueira, realizando a pé, com todos os peregrinos, o duro percurso desde a igreja Matriz de Barcelos até ao cimo do monte. «Fizemos uma caminhada que é uma peregrinação, um caminho que é a expressão e símbolo de vida pessoal de cada um de nós», disse na Eucaristia a que presidiu.
Para o D. Delfim Gomes, a peregrinação tem um fim e, neste caso concreto, um santuário, lugar sagrado, de encontro com Cristo. «Lugar do encontro de todos nós, onde se expressa a beleza mais sublime que é Deus», disse. «Maria empurrou alguns que iam à frente do andor, a outros, que íamos atrás, puxou por nós. E sentimos essa presença silenciosa e carinhosa que nos contagia e arrasta. Maria trouxe-nos ao seu santuário para aqui nos encontrarmos com o seu filho Jesus Cristo», acrescentou.
O Bispo Auxiliar de Braga, na sua homilia, defendeu que é preciso descobrir e compreender a presença de Deus no silêncio, na simplicidade, na intimidade. Na sociedade, sustentou, fala-se muito e há excesso de ruído à volta de cada um de nós e, por vezes, as pessoas já não se entendem com esse barulho ensurcedor. «É preciso parar, encontrar tempo para nós, para consultarmos o nosso coração, confrontarmos a nossa vida com a Palavra de Deus, perceber as suas indicações nos sinais que Ele nos deixa no nosso caminho. Por isso, também nós subimos à montanha, a este Santuário da Franqueira, numa caminhada de fé, para recuperar a esperança cristã, isto é, a capacidade de olhar para o futuro com compromisso de vida, mas partindo do presente, com fidelidade ao realismo evangélico», salientou.
D. Delfim Gomes sublinhou ainda que os santuários sempre foram considerados espaços sagrados, aos quais os peregrinos se dirigem para encontrar momento de pausa, silêncio e contemplação. Por isso, frisou, todos os que integraram esta peregrinação à Senhora da Franqueira não fizeram «um percurso turístico, mas um caminho religioso». «Esta peregrinação, podemos dizer, é já um ato de evangelização que merece o nosso louvor e, por isso, um ato de renovação pastoral», acrescentou.
Tendo por base o Evangelho deste domingo, o Bispo Auxiliar de Braga defendeu que é o Senhor que nos abraça, nos acolhe e nos envia a «tocarmos os corações dos nossos irmãos, a sermos luz para o caminho, a sermos sol, fermento, testemunho ativo em palavras e obras, em atitudes e princípios, em valores que vamos vivendo e partilhando». Queremos, na verdade, transformar os ambientes, ser sinal do ressuscitado para os nossos irmãos, e queremos sair daqui deste lugar sagrado com a alma renovada, com a fé em grande e o coração cheio, para que O possamos partilhar com aqueles que se cruzam connosco na vida», acrescentou. O Bispo Auxiliar de Braga lembrou ainda na sua homilia que este domingo foi o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, citando parte da mensagem do Papa Francisco para este dia.
Antes de terminar a sua homilia, D. Delfim Gomes lembrou que Maria «não é o fim da caminhada», mas «o princípio que leva ao encontro com o Filho Jesus Cristo. «Ele sim. Ele é que é o nosso caminho, a nossa verdade e a nossa vida que nos leva ao Pai. Imitemos, pois, a Mãe que nos trouxe aqui, a Mãe que nos segreda, que nos abraça e nos beija. Ela nunca nos deixou mal», salientou.
No final da Eucaristia, o juiz presidente da Confraria de Nossa Senhora do Rosário do Monte da Franqueira agradeceu a todos os presentes, a todos os que estiveram envolvidos nesta peregrinação ao santuário da padroeira de Barcelos, com especial ênfase ao Bispo Auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes, que presidiu à Eucaristia, com a concelebração do clero do arciprestado de Barcelos. Manuel Sousa lembrou que este ano a imagem de Nossa Senhora da Franqueira esteve nas paróquias de Remelhe e Viatodos, tendo permanecido na última semana em Barcelos. O juiz presidente pediu à Senhora da Franqueira a proteção de todos os barcelenses, especialmente daqueles que passam por dificuldades vividas neste tempo de incertezas e guerra que tanta preocupação têm gerado.