Jovens cabo-verdianos que vão "viver” a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) durante 15 dias, em Lisboa, consideram que os 120 mil escudos (1 090 euros) que pagaram para a deslocação estão à altura da "grande expetativa" que rodeia o evento.
“Pela frente está uma experiência nunca antes vivida, a maior da minha vida, tendo em conta a dimensão do evento”, relatou Mayra Fonseca, assessora de comunicação de 24 anos, uma entre quase 900 participantes de Cabo Verde, de malas prontas para a viagem. Quer “trocar experiências” com outros participantes e depois regressar a Cabo Verde como “uma pessoa muito mais rica, psicológica, cultural e sobretudo espiritualmente”.
“Foi um total de 120 mil escudos cabo-verdianos e considero que o preço está bom” para “as condições apresentadas” que incluem a estadia, alimentação e transporte, além da viagem. "Fiz muitas economias” desde 2022 e para que tudo esteja concluído só falta a resposta aos pedidos de visto, “que ainda não chegou” e que nesta altura deverá ser a única preocupação para parte dos peregrinos, acrescentou.
Mayra explicou que já tinha viajado até Lisboa, a trabalho, mas sem tempo de conhecer a capital. Agora, imagina uma experiência totalmente nova no "grande encontro" da juventude católica, de 1 a 6 de agosto, e com um programa de atividades antes e depois da JMJ. A maior curiosidade reside no contacto com jovens de diversos países, culturas e hábitos diferentes, quase como se estivesse a viajar por diferentes geografias, ao mesmo tempo e num só lugar.
Segundo um outro jovem cabo-verdiano, Gracilino Tavares, estudante de 18 anos, o encontro mundial de jovens servirá para trocar ideias, experiências e fortalecer a fé. "A minha expetativa é grande porque é a primeira viagem para fora do país”, referiu, considerando que “o custo de 120 mil escudos foi razoável”, ainda para mais porque “tudo foi assumido” pelos familiares. “O meu processo já foi concluído”, disse, manifestando a esperança de agora “conhecer o Papa pessoalmente".
Esse é também o desejo de Ailton Martins, 22 anos, assistente técnico de informática. "É a minha primeira ida a Portugal e a minha expetativa é a de conhecer muitas pessoas diferentes”, sendo que, o mais importante é “conhecer o Papa”.
Quanto aos 120 mil escudos, “é um bom preço, para ida e volta”. “Quando me inscrevi fiz umas economias", explicou Ailton à agência Lusa.
São quase 900 os cabo-verdianos inscritos para participarem na JMJ e 70% destes já têm todo o processo concluído. O programa inclui a pré-jornada, de 26 a 31 de julho, e o pós-evento, de 7 a 10 de agosto, nas dioceses de Leiria e Lisboa.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ. O Papa, primeiro a inscrever-se na JMJ, chega a Lisboa no dia 2 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 5 para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso de um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.