O Arcebispo Metropolita de Braga apelou, hoje, às dezenas de jovens que receberam o Sacramento do Crisma na Cripta do Santuário do Sameiro que contribuam para a renovação da Igreja, mantendo uma participação ativa em todos os domínios da vivência católica. No dia em que a Igreja celebrou o Imaculado Coração de Maria, D. José Cordeiro dirigiu-se a uma igreja cheia de jovens e famílias, apelando aos que foram crismados para que participem na eucaristia dominical e dêem continuidade ao dom que lhes foi dado pela prática de boas obras.
«Cada um de vós é chamado a ser “Luz”, a ser sal da terra, como Jesus nos pede e hoje sentimo-nos felizes por podermos celebrar convosco esta etapa significativa da vossa vida cristã», disse o Prelado, acrescentando que com esta celebração «fica assim completa uma etapa significativa da iniciação cristã».
Deixou, contudo, o alerta que «não se trata de um ponto de chegada ou da conclusão de um caminho», mas esta celebração tem antes que ser encarada como «uma provocação».
«Facilmente nós na Igreja somos como que uma multidão de pessoas cansadas e desiludidas como se nada valesse a pena e tudo estivesse perdido, mas em momentos como estes sentimos renovada a esperança», afirmou, acrescentando a estes momentos outros como as Jornadas Mundiais da juventude (JMJ), que têm trazido um novo dinamismo à Igreja.
Para D. José Cordeiro importa continuar este percurso de dinamismo para que «juntos continuemos a dar de graça aquilo que recebemos de graça» e como tal não devemos olhar a Igreja ou o Crisma como «algo que tem que ser, mas antes encará-lo como um dom, como algo que nos é oferecido por Deus para nosso maior bem».
Deixou, por isso, aos jovens o desafio de dar continuidade a este dom pela prática de boas obras, pela participação em movimentos e incentivou à participação nos ritos católicos, em particular na sagrada Eucaristia, salientando que «o Domingo é que faz a Igreja, a Eucaristia é que faz a Igreja e sem missa que nos congrega ao Domingo nós não somos Igreja».
«Podemos dizer que fomos batizados, que pertencemos a uma paróquia, mas se não frequentamos, se não temos esta familiaridade e esta assiduidade nós vamos-nos afastando pouco a pouco e aquilo que podia dar sentido à nossa vida fica apenas pelo desejo, não é concretizado», afirmou, reconhecendo que é difícil porque «as propostas são tantas e o comodismo e o individualismo acomodam-se dentro da nossa casa».
«Criticamos a Igreja, mas esquecemo-nos que nós próprios também somos a Igreja», afirmou D. José Cordeiro, argumentando que o dinamismo surgido das JMJ pode ajudar neste percurso «a não perder o horizonte e a criar uma Igreja diferente em que dê mais gosto participar na eucaristia dominical e em tantas outras propostas para que nos sintamos a prosseguir este caminho da verdade e vida que é Jesus» e sentirmos que a esperança dá uma outra luz ao nosso peregrinar»