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Papa iniciou viagem à Hungria com alerta para nacionalismos e populismos na Europa

Papa iniciou viagem à Hungria com alerta para nacionalismos e populismos na Europa
Fotografia Lusa/EPA

Redação

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 29 de abril de 2023, às 10:08

Papa lembra papel da Hungria.

O Papa iniciou esta sexta-feira uma visita à Hungria, onde alertou para o crescimento de «nacionalismos» e «populismos» na Europa, lamentando o clima de guerra que se vive no continente, com o conflito na Ucrânia.

«A nível internacional, parece até que a política tem como objetivo inflamar os ânimos, em vez de resolver os problemas, esquecendo a maturidade alcançada depois dos horrores da guerra e regredindo para uma espécie de infantilismo bélico», assinalou Francisco, no primeiro discurso da sua visita de três dias a Budapeste.

Após a cerimónia de boas-vindas na praça do Palácio Sandor, a residência presidencial, o Papa encontrou-se com autoridades, representantes da sociedade civil e do corpo diplomático num antigo mosteiro carmelita, sede do Governo, na capital húngara.

Francisco convidou todos a “reencontrar a alma europeia” e os princípios que levaram, após a II Guerra Mundial, à fundação do projeto comunitário, sem «populismos autorreferenciais» nem um «supranacionalismo abstrato, alheio à vida dos povos». «Nesta fase histórica, os perigos são muitos; mas eu pergunto-me, pensando também na martirizada Ucrânia, onde estão os esforços criativos de paz?, questionou.

«No pós-guerra, a Europa constituiu, juntamente com as Nações Unidas, a grande esperança para o objetivo comum de um vínculo mais estreito entre as nações que evitasse novos conflitos. Todavia, no mundo em que vivemos, a paixão pela política comunitária e pelo multilateralismo parece não passar duma linda recordação do passado: parece-nos assistir ao triste ocaso do sonho coral de paz, enquanto avançam os solistas da guerra».

 

País que conhece o valor da liberdade

Perante a presidente Katalin Novák, e o primeiro-ministro Viktor Orbán, Francisco destacou o «lugar central na história» de Budapeste, antiga capital do Império Austro-Húngaro, e o impacto das «ditaduras nazi e comunista», no século XX.

O discurso elogiou um país que «conhece o valor da liberdade» tem «a missão de guardar o tesouro da democracia e o sonho da paz».

Abordando um dos temas que deve marcar a sua viagem, o Papa apelou ao acolhimento dos migrantes e refugiados, defendendo um «humanismo inspirado pelo Evangelho» que leve a «amar cada um como irmão»