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"Um dos mais secretos segmentos de trabalho" de Rui Chafes em Guimarães

"Um dos mais secretos segmentos de trabalho" de Rui Chafes em Guimarães
Fotografia

Publicado em 02 de dezembro de 2018, às 09:57

"Desenhos sem Fim", "Constelação Cutileiro" e "Da dobra e do corte" podem ser visitadas até 10 de fevereiro.

A exposição "Desenhos sem Fim", de Rui Chafes, concebida para o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), é inaugurada no próximo sábado e completa o ciclo expositivo deste ano da instituição vimaranense, que prossegue até fevereiro. Em "Desenhos sem Fim", com curadoria de Delfim Sardo e Nuno Faria, visita-se a produção em desenho de Rui Chafes, "um dos mais secretos segmentos de trabalho" do escultor, Prémio Pessoa 2015, uma "luminosa revelação de um imenso e denso universo de fantasmas e formas", "ainda por conhecer como um todo", como escreve a Oficina, cooperativa municipal que gere o CIAJG, na apresentação da mostra.
O desenho, refere a cooperativa, "é, na obra de Rui Chafes, o lugar do segredo e do intervalo", surgindo "normalmente em períodos de pausa, mais ou menos longos, na prática da escultura, e desenvolve-se ao longo de todo o percurso do artista".
Nesta exposição, o CIAJG permite um olhar retrospetivo sobre uma produção que começou de forma consistente em 1987, e que prossegue até aos dias de hoje, sendo a montra composta por "diferentes formatos, sobre papéis diversos, realizados com materiais tão distintos, ortodoxos ou heterodoxos, quanto a grafite, o guache, o chá, o pó do atelier, o pólen de flores ou remédios vários, tais como o mercurocromo ou a tintura de iodo, feitos com uma linha no limite da visibilidade ou com manchas generosas que se expandem na folha de papel". Os desenhos de Rui Chafes "surgem como o resultado de uma sismografia, registando os seres, os lugares, as energias, os momentos de felicidade e de desgosto, os dias de frio e de calor, a memória e o desejo, fazendo emergir o passado à superfície do papel ou antecipando aquilo que está por vir", aponta a Oficina.
A mostra de Rui Chafes junta-se à "Constelação Cutileiro", "uma espécie de cartografia celeste" do escultor João Cutileiro, e à exposição de José de Guimarães, "Da Dobra e do Corte - Maquetas e Obras em Cartão", inauguradas em outubro, e que vão coabitar durante os próximos dois meses, dando corpo ao terceiro e último ciclo expositivo do CIAJG, de 2018.
As exposições deste ciclo, "especificamente produzidas para o espaço do Centro", respondem ao desafio de "revelar grupos de trabalho inéditos ou menos conhecidos de artistas centrais do panorama artístico em Portugal, contribuindo para elucidar e ampliar o conhecimento dos respetivos percursos", segundo a Oficina. Nestas "extensas" mostras dedicadas a estes artistas, explica a cooperativa, lança-se igualmente "um olhar retrospetivo sobre os anos iniciais do trabalho de João Cutileiro, altura em que, entre Londres e Évora, redefiniu a prática da escultura em Portugal", e "resgata-se do atelier de José de Guimarães um conjunto de pequenas esculturas nunca antes mostradas, que desvelam uma rara prática experimental e processual" do pintor e escultor que dá nome ao centro. "Desenhos sem Fim", "Constelação Cutileiro" e "Da dobra e do corte" podem ser visitadas até 10 de fevereiro.  
Autor: Redação