Na semana passada, a Câmara de Melgaço (liderada pelo PS) informou ter rejeitado, por unanimidade, a constituição daquela parceria e apontou «como pontos cruciais» da decisão «a falta de investimento, por parte da parceria, na ampliação dos sistemas de abastecimento de água e saneamento e a elevada tarifa que se prevê».Hoje, na nota enviada à imprensa, a Câmara de Ponte da Barca, liderada pelo social-democrata Augusto Marinho, explicou que a rejeição da parceria «é acompanhada por todas as Juntas de Freguesia do concelho e surge na sequência de várias e intensivas reuniões entre os autarcas e o grupo Águas de Portugal, que tiveram lugar nos últimos meses em Ponte da Barca por iniciativa da Câmara Municipal». «O processo de decisão envolveu, desde o início, e por iniciativa do presidente da Câmara de Ponte da Barca, todos os vereadores, os presidentes de Junta, o presidente da Assembleia Municipal e os partidos políticos com assento naquele órgão, por forma a que o debate sobre as propostas apresentadas fosse o mais amplo possível, assegurando uma forma mais eficaz de participação de todos num processo tão importante», lê-se na nota.
Atualmente, o sistema de abastecimento de água em Ponte da Barca «assume um modelo de gestão dual, em que o município é entidade gestora em 14 das 25 freguesias».Na semana passada, o líder da CIM do Alto Minho, que é também presidente da Câmara de Viana do Castelo, referiu que «se algum Governo quiser privatizar a Águas de Portugal», a fusão dos sistemas, atualmente em estudo, fica sem efeito. "Se algum Governo quiser privatizar a empresa Águas de Portugal, esta parceria cai, ficando os municípios novamente com a gestão das redes", assegurou José Maria Costa. O socialista deu essa garantia numa reunião da Assembleia Municipal de Viana do Castelo e após a apresentação, pela CDU, de uma moção de contestação à fusão, que acabou por ser chumbada por maioria.
Na ocasião, José Maria Costa afirmou que «o modelo de gestão desta parceria vai permitir aos municípios continuar a influenciar as suas decisões».«Compete aos municípios, através da comissão de parceria - que integra dois representantes das autarquias, dois da Águas de Portugal e um nomeado por ambos -, aprovar os investimentos a fazer e, consequentemente, os tarifários a aplicar. As redes de distribuição de água são e continuarão a ser pertença dos municípios e não serão nunca alienáveis», sustentou. Para o autarca, «esta solução é uma solução de futuro, uma vez que vai permitir criar uma empresa sustentável e robusta, capaz de resolver os problemas infraestruturais que afligem hoje a maioria dos concelhos».
Autor: Redação