O presidente da delegação Norte da Ordem dos Psicólogos (OPP-DRN) considerou hoje “urgente”, a par de medidas para a economia e para a educação, que “se dê resposta à crise de saúde mental e psicológica” que se avizinha.
“A crise de 2008 levou a alterações significativas da saúde mental e a aumentos significativos de suicídios. E esta é uma situação ainda mais grave. Fala-se de aberturas de escolas e de reabertura de estabelecimentos comerciais. Naturalmente fala-se de educação e de economia. Mas também é preciso criar respostas a outros níveis porque teremos situações intensas de grande sofrimento”, disse o presidente da OPP-DRN, Eduardo Carqueja.
Em entrevista à agência Lusa a propósito de situações de sofrimento e luto causadas pela pandemia DA covid-19, que já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios, Eduardo Carqueja defendeu que “esta é a hora” das autoridades de saúde prepararem respostas nacionais e de acesso equitativo.
“Se as instâncias que têm responsabilidade sobre a intervenção psicológica, sobre a saúde mental dos portugueses, não procurarem atempadamente colocar recursos à disponibilidade dos doentes, estaremos perante uma questão de saúde pública gravíssima no futuro”, referiu o também diretor do serviço de psicologia do Centro Hospitalar e Universitário do São João (CHUSJ), no Porto.
Eduardo Carqueja considerou que o próprio Ministério da Saúde deve criar uma estrutura de coordenação da psicologia do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma estrutura nacional que “responda diretamente a um secretário de Estado ou à Direção-Geral da Saúde, mas que tenha na sua génese alguém que seja psicólogo”.
Autor: Redação/LUSA