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«Estamos em isolamento profilático desde o dia 24 de março e esta é a nossa casa»

«Estamos em isolamento profilático desde o dia 24 de março e esta é a nossa casa»
Fotografia

Publicado em 13 de abril de 2020, às 19:41

Em Vila Verde.

«Foram cumpridas todas as normas de segurança genéricas e as específicas desta fase, com toda a segurança sanitária», refere o presidente do Centro Social e Paroquial de Freiriz, padre José Manuel Fernandes, depois de ter visto um vídeo da instituição ter causado polémica nas redes sociais onde se vê um colaborador da instituição vila-verdense a dar uma cruz a beijar aos utentes na centro social que está em isolamento profilático desde o dia 24 de março e sem contacto com os idosos isolados desde o dia 9 de março. O pároco recusa acusações de irresponsabilidade, pois toda a situação foi pensada e avaliada com os médicos da instituição. «Estamos a falar de uma situação dentro da nossa casa. Um lanche como sempre fazemos, mas desta feita num dia festivo com um lanche pascal. Estamos a falar de uma instituição que está fechada desde o dia 9 de março, com medidas extremamente rigorosas indo além dos planos de contingências previstos no Estado de Emergência. Desde o dia 24 que estamos em quarentena, em isolamento profilática », sublinha o padre José Manuel, lamentando o oportunismo mediático de um vídeo que foi colocado pela própria instituição nas rede sociais para tranquilizar. «Todas pessoas que vêm no vídeo, nossas colaboradores e utentes, acusaram negativos aos mais recentes testes Covid-19. Colaboradores que não vêm a família há cerca de 14 dias - vão sair no próximo dia 20 - que fizeram um esforço pessoal enorme para estar junto dos utentes 24h após 24 horas fechados na instituição, a dormirem em colchões no polivalente da fisioterapia, sem ver os familiares, mulheres com filhos de 2 e 3 anos de idade que largaram tudo para estar aqui, numa casa fechados», aponta, mostrando sentimento de enorme injustiça e revolta com as acusações de irresponsabilidades apontadas à instituição. O pároco refere ainda que não desobedeceu às ordens do Arcebispo de Braga, que proibiu compassos pascais, seja apeados ou motorizados. «Estamos a falar de uma situação dentro da nossa casa. Certamente que não fomos a única instituição que demos de lanchar aos nossos utentes. Mais instituições deram a cruz a beijar. Sim, eu era o único externo ali dentro, mas com as distâncias devidas e proteções que a situação impõe. A cruz, essa, está naquela casa, nunca saiu, foi desinfetada, antes, durante e depois», frisa. «Quisemos mostrar que está tudo bem. Admito que quem não esteja por dentro do assunto e veja as imagens estranhe, mas temos que ver todo o contexto. É injusto para com todos nós», sublinha.  
Autor: Nuno Cerqueira