Fernando Queiroga, presidente da comissão distrital e da Câmara de Boticas, disse que foi enviado um ofício “a sensibilizar” o ministro da Administração Interna para a abertura dos postos de vigia antes da data prevista, que é a 15 de maio.Um pedido que o autarca justifica com os incêndios “fora de tempo” e “à noite”, e com “a necessidade de o alerta do fogo ser dado o mais rapidamente possível”. Fernando Queiroga deu como exemplo um incêndio que queimou 50 hectares de pinhal em Cerdedo, concelho de Boticas, na semana passada, e que, quando os bombeiros receberam o alerta e se deslocaram para o local, “já tinham sido consumidos pelas chamas perto de 20 hectares”.
“Sabemos de antemão que quanto mais rápido for o alerta melhor”, frisou.A rede nacional de postos de vigia é da responsabilidade da Guarda Nacional Republicana (GNR) e assegura em todo o continente as funções de deteção fixa de ocorrências de incêndios. A rede primária que normalmente é reativada a 15 de maio é composta por cerca de 70 postos de vigia em todo o país, cincos dos quais estão localizados no distrito de Vila Real. Já durante a fase mais crítica, entre 01 de julho e 30 de setembro, estão em funcionamento cerca de 230 postos de vigia.
“Foi enviado um ofício para o senhor ministro a sensibilizá-lo para que, nos períodos de alerta, sejam reforçados os meios no terreno e, fundamentalmente, que os postos de vigia funcionem antes do período de incêndios florestais”, salientou.Fernando Queiroga disse que o tempo “vai dar uma folga nestas duas semanas”, em que se espera chuva e até neve, com previsões de aumento de temperaturas depois, a partir de meados deste mês de abril. Pelo que, na sua opinião, a abertura dos postos de vigia “deveria acontecer também cerca de um mês antes da data prevista”. “Incidimos mais nos postos de vigia porque é fundamental o tempo de chegada da informação”, justificou.
Vila Real tem sido, nos primeiros meses do ano, muito afetado pelos incêndios.Segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), entre 01 de janeiro e 17 de março, foram registados 1.344 incêndios em todo o país, que provocaram 1.608 hectares de área ardida. A Proteção Civil indicou que, até 17 de março, se registaram mais fogos nos distritos de Vila Real (201), Viseu (190) e Porto (185), mas "em qualquer um dos casos, os incêndios são maioritariamente de reduzida dimensão", não ultrapassando um hectare. A ANPC especificou ainda que o distrito mais afetado em área ardida é Vila Real, com 451 hectares, cerca de 28% da área total consumida pelos fogos, seguido de Braga, com 272 hectares (17% do total), e de Viseu, com 249 hectares (15% do total).
Autor: Redação / NC