O presidente da CCDR NORTE, António Cunha, destacou o papel estrutural do Alto Minho no desenvolvimento regional, nacional e transfronteiriço, sublinhando que esta NUTS III é «muito mais do que um território de fronteira; é uma plataforma estratégica de convergência ecológica, económica e cultural entre o Norte e Galiza».
O responsável falava ontem, no decorrer de uma reunião da CCDR NORTE e NORTE2030 com a CIM Alto Minho, em Ponte de Lima, no âmbito da iniciativa “Ouvir o Território, Construir o Futuro”, que promove encontros semestrais com as oito Entidades Intermunicipais da Região Norte. Durante a reunião, António Cunha reforçou a centralidade da cooperação transfronteiriça no futuro do Alto Minho, lembrando que este é o principal espaço de cooperação bilateral entre Portugal e Espanha, com forte proximidade à Galiza e elevada intensidade de mobilidade, comércio, cultura e serviços partilhados.
«O Alto Minho não é apenas a porta Norte; é o ponto onde se constrói, todos os dias, a Europa sem fronteiras. A cooperação com a Galiza é um ativo estratégico não apenas para a Região, mas para todo o país. O Alto Minho é um laboratório vivo de cooperação transfronteiriça. Os desafios ambientais, económicos, sociais e culturais são partilhados com a Galiza e as soluções também o devem ser», disse.
Outro eixo central da intervenção foi a transição verde. António Cunha destacou que o Alto Minho é, há vários anos, uma das sub-regiões portuguesas mais ativas na proteção da natureza, na valorização da paisagem e no desenvolvimento da bioeconomia. «Se queremos o Norte na liderança da transição climática, o Alto Minho é um dos territórios que melhor incorpora essa ambição. Aqui, a sustentabilidade não é apenas um objetivo — é uma identidade competitiva – em paralelo com uma crescente atividade industrial. O Alto Minho pode afirmar-se internacionalmente como um dos grandes destinos europeus de economia de natureza, porque aqui se cruza paisagem, biodiversidade, cultura e identidade», vincou.
O responsável acrescentou que «o Alto Minho tem tudo para ser um território europeu de referência no novo ciclo pós-2027: natureza, identidade, cooperação e visão estratégica».