O Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT) vai investir 2,35 milhões de euros em medidas de conservação da natureza e biodiversidade, mas com uma componente muito direcionada para o incentivo das atividades do mundo rural: agricultura, floresta e pecuária, anunciou a instituição.
Segundo uma nota de imprensa, o PNRVT contratualizou com o Estado português 2 milhões de euros, FEDER, financiados pelo NORTE 2030, na área da conservação da natureza e biodiversidade.
O diretor do parque, António Luis Marques, destaca que este projeto no território do Vale do Tua «foi pensado para ter um impacto positivo nas comunidades locais».
«Já temos medidas de controlo suficientes, por isso temos de implementar ações positivas para o setor primário, o mais importante setor económico e social da região. Devemos procurar fomentar as atividades agrícola, florestal e pecuária, em equilíbrio com o modelo de sustentabilidade que devemos seguir», explica.
Em linhas gerais, este responsável refere que o projeto prevê a recuperação e proteção dos ecossistemas fluviais e galerias ripícolas bem como controlo da expansão de espécies invasoras, recuperação e proteção dos habitats e da fauna selvagem.
«Entre as medidas está a gestão do coberto, com criação de áreas de clareira e recuperação de zonas de bosque, garantindo proteção e refúgio para a fauna. Esta ação procura envolver o pastoreio rotativo e seletivo para controlar a biomassa vegetal e reduzir o risco de incêndios, a instalação de sementeiras para aumentar a diversidade do habitat, repovoamentos com espécies-presa e a colocação de abrigos para o coelho-bravo», revela.
Será também desenvolvido um projeto-piloto para combate a invasoras lenhosas, complementado com plantações de medronheiro, azinheira e sobreiro, assim como o desenvolvimento de ações de informação, sensibilização e esclarecimento.
Outra ação prevê a caraterização detalhada dos habitats do Parque e a elaboração de um plano para criar zonas de conectividade e corredores ecológicos, incluindo censos de aves, monitorização de mamíferos com câmaras de foto-armadilhagem e análises genéticas para confirmar espécies.
Este plano, zonas de conectividade e corredores ecológicos, vai conseguir que o PNRVT tenha antecipadamente definido objetivos e ações a candidatar a futuras medidas de financiamento.
O diretor afirma que em breve será organizada a primeira sessão de apresentação do projeto às comunidades e aí serão partilhadas com o detalhe necessário todas as ações programadas no âmbito deste projeto.
«Vamos sempre e primeiro partilhar com as comunidades, explicar-lhes quais são as medidas e o impacto que se espera delas, ouvir o que têm para nos dizer e ensinar, e, ajustaremos se necessário for. As intervenções só podem ter um sentido, o de ir ao encontro das necessidades das pessoas», assegura.