O presidente eleito da Câmara de Esposende afirmou hoje que a mobilidade será uma das suas prioridades e prometeu insistir na “ideia antiga” de fazer chegar ao concelho o metro que atualmente termina na Póvoa de Varzim.
Em entrevista à Lusa, Carlos Silva, eleito numa lista independente, disse ainda que é também preciso pensar nas ligações com os municípios vizinhos, eventualmente através do BRT (metrobus) ou linha férrea.
“Ou apostamos na mobilidade ou ficamos numa ilha”, referiu, sublinhando que Esposende, atualmente, “não tem metro nem linha férrea”.
Carlos Silva lembrou que o metro, atualmente, chega à Póvoa de Varzim, ficando a cerca de 20 quilómetros de Esposende.
“Há uma ideia antiga de o fazer chegar a Esposende e queremos insistir nessa ideia”, garantiu.
A ligação aos concelhos vizinhos, designadamente ao chamado Quadrilátero Urbano (Barcelos, Vila Nova de Famalicão, Braga e Guimarães), será outra prioridade do executivo de Carlos Silva.
“São questões que não se tratam de um dia para o outro, obviamente, estaremos sempre a falar a longo prazo, mas é importante que as vamos pondo já em cima da mesa”, acrescentou.
Além disso, quer ainda melhorar a mobilidade dentro do próprio concelho de Esposende, reforçando os transportes públicos.
Nas eleições de 12 de outubro, Carlos Silva (ex-PSD) liderou um movimento independente e conseguiu ganhar a Câmara de Esposende, que durante cerca de quatro décadas foi um bastião social-democrata.
Conseguiu eleger quatro elementos para o executivo, contra três do PSD.
O novo executivo toma posse na sexta-feira.
Além da mobilidade, Carlos Silva apontou ainda como outras prioridades a habitação, a educação e o saneamento.
Na habitação, quer apostar na construção de fogos a preços acessíveis, mas, para já, não se compromete com números, adiantando que, antes disso, terá de fazer uma avaliação da situação atual e dos terrenos disponíveis para o efeito.
“Uma coisa é certa: nos últimos anos, não foi construída qualquer habitação pública em Esposende e isso não pode nem vai continuar assim”, criticou.
Melhores escolas e melhor educação é outra “aposta forte” de Carlos Silva, que adiantou que será instituído um cheque-ensino, no valor de 100 euros, a atribuir aos alunos do pré-escolar até ao secundário no início de cada ano letivo.
Paralelamente, Carlos Silva quer fazer chegar o saneamento a todo o concelho.
“É um bem essencial, uma infraestrutura fundamental, mas em Esposende ainda há quatro freguesias que não têm saneamento e nós vamos acabar com essa situação”, vincou.
A construção de um pavilhão multiusos é outra garantia de Carlos Silva, que vai ainda pedir uma auditoria independente para aferir do estado financeiro do município.
Carlos Silva tem 60 anos, é médico e dirigia o Serviço de Urologia do Hospital de S. João, no Porto.
Vai, agora, despir a bata branca e começar a tratar de Esposende e dos esposendenses.