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Presidente eleito da Câmara de Melgaço promete seguro de saúde para residentes

Presidente eleito da Câmara de Melgaço promete seguro de saúde para residentes
Fotografia DR

Redação/Lusa

Publicado em 21 de outubro de 2025, às 10:57

Albano Domingues foi eleito pelo PSD/CDS-PP.

O presidente eleito da Câmara de Melgaço (PSD/CDS-PP) está preocupado com as finanças municipais mas garante que a prioridade do mandato é criar um seguro de saúde para residentes, num investimento estimado de 300 mil euros anuais.

“Este seguro, este cartão de saúde municipal, proporcionaria coberturas, de uma forma gratuita para os residentes, a consultas de medicina geral e familiar, a consultas de um leque alargado de especialidades e o transporte seria proporcionado também por essa empresa vencedora [de um concurso público lançado para o efeito] para a realização de exames e consultas”, afirmou, em entrevista à Lusa, Albano Domingues, que a 12 de outubro venceu as eleições autárquicas naquele concelho do distrito de Viana do Castelo, pondo fim a 43 anos de poder socialista.

Ainda sem decidir se vai fazer uma auditoria às contas do município, o futuro presidente de Câmara, que toma posse no sábado, espera não ter de “deixar cair” outros projetos, mas se tiver de fazer opções, diz que a saúde está “na primeira linha das prioridades”.

O candidato do PSD/CDS-PP, que foi deputado municipal eleito pelo PSD nos dois últimos mandatos, explicou que a ideia é elaborar um caderno de encargos para um concurso público internacional e "uma vez selecionada a proposta vencedora, os residentes seriam convidados a inscrever-se para poderem ter acesso a esse seguro, através do cartão de saúde municipal”, descreveu.

Tendo em conta o número de habitantes do concelho, que “andará na ordem dos 7.400 habitantes”, o projeto terá um custo de cerca de 300 mil euros por ano.

Albano Domingues admitiu que poderá "estar limitado pela situação financeira do município, que não é famosa, tendo em conta aquilo que são dados oficiais", que apontam para "mais de 26 milhões de euros de passivo" e "quase seis meses para pagar a fornecedores".

Sobre a possibilidade de ordenar uma auditoria as finanças, admitiu que “é uma possibilidade”, assegurando que “a decisão ainda não está tomada”.

“Quanto ao cartão de saúde, não estamos a falar de milhões. Devo dizer que o município gasta, por exemplo, com o certame da festa do Alvarinho e do Fumeiro um montante desta ordem de valores. E injeta, no centro de estágios, cerca de um milhão de euros. Se o dinheiro não chegar para tudo, teremos que estabelecer uma ordem de prioridades”, frisou.

Albano Domingues explicou que, atualmente, no centro de saúde de Melgaço, esperam-se entre “três a cinco meses” para uma consulta e “o tempo não é só dinheiro, é saúde e é vida”.

Outra das prioridades é “estancar a sangria populacional” no concelho, o que significa também atrair investimento e postos de trabalho, porque atualmente os maiores empregadores do concelho são a Câmara e a Santa Casa da Misericórdia, revelou.

“Precisamos imensamente dos nossos jovens, não só para estarem junto das suas famílias, mas para também criarem dinâmicas de toda a ordem. Só conseguiremos criar condições se houver aqui postos de trabalho para eles ocuparem, porque o fator principal é criar postos de trabalho para eles poderem ter aqui o salário, formar famílias e sustentá-las”, indicou.

Reconhecendo que o tecido empresarial do concelho “não é muito vasto”, Albano Domingues assinalou que a aposta passa pela atração de investimento, revelando que, desde a eleição, já foi contactado por “vários investidores interessados” em Melgaço.

O presidente eleito assinala ainda como preocupações “a falta de habitação para os jovens e para os estudantes” e a rede de transportes, “que é deficitária”.

“Há muito trabalho a desenvolver e se há uma coisa que caracteriza esta candidatura e a minha pessoa em concreto é essa capacidade de trabalho e é para isso que cá estamos”, prometeu.