A Feira do Alvarinho de Monção, que decorre até amanhã, no Parque das Caldas, dinamiza a economia, robustece o setor dos vinhos e eleva o orgulho do concelho.
A ideia foi defendida pelo presidente da Câmara Municipal, António Barbosa, anteontem à tarde, na abertura da 28.ª edição do certame, que «promete ser a melhor de sempre».
O autarca referiu que este evento consta no «calendário afetivo de milhares de pessoas», que no primeiro fim de semana de julho rumam a Monção para a «celebração de uma festa única, num ambiente de amizade e descontração, com um cenário único», junto ao rio Minho.
O edil defendeu que «a maior wine party de Portugal gera emoções fortes, cria memórias inesquecíveis e fortalece a identidade comunitária», por isso as pessoas acabam por voltar, ano após ano, fazendo com que o certame reúna mais de cem mil visitantes.
Este responsável salientou o crescimento da feira, que este ano atingiu o número recorde de 39 produtores de Alvarinho, para além de 21 tasquinhas com produtos tradicionais e doçaria local e quatro áreas de restauração.
Destacando o dinamismo da economia do concelho, apontou a necessidade de atribuição de um selo de Denominação de Origem ao Alvarinho de Monção e Melgaço, porque «o facto de ter uma casta dentro de uma garrafa não é a mesma coisa que ela ser produzida no local».
Governo reitera aposta na promoção do vinho
Presente na inauguração da Feira do Alvarinho, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, considerou «inaceitável o ataque que demasiadas vezes se faz ao vinho».
O responsável destacou que, para além de fazer parte da nossa cultura e tradições, é um setor relevante da economia nacional.
«O vinho deu-nos, em 2024, mais de 800 milhões de euros em termos daquilo que é a diferença de exportações e importações. Nós aumentamos as exportações em 4,5% no que diz respeito ao valor e diminuímos as importações em quase 20%», disse.
Por isso, o Governo vai continuar a apostar na promoção do vinho nos mercados internacionais, com disponibilização de verbas para esse efeito.
Não obstante, admitiu a necessidade de «adequar a oferta à procura» de vinho, nomeadamente no Douro, sendo necessárias «soluções para os agricultores que vão ver a produção diminuída».
«O nosso objetivo é ajudar o produtor. Ele não pode ser o perdedor. Não pode andar a trabalhar para aquecer, tem de ver o trabalho valorizado, tem de ter rendimento. Por isso a questão do equilíbrio entre a oferta e a procura é importante», afirmou.
De acordo com o governante, «não podemos é estar sempre a destruir vinho, a transformar vinho em aguardente que na verdade é álcool para fins industriais». «Entre 2020 e 2024, em destilação, gastaram-se 54 milhões de euros, é dinheiro dos contribuintes», declarou.
Monção pede ao Governo que resolva acessibilidades
O presidente da Câmara de Monção, António Barnbosa, pediu ao Governo que resolva «de uma vez por todas o problema das acessibilidades ao concelho», que «começa já a afetar os empresários», nomeadamente de vinho Alvarinho.
«A primeira preocupação que temos e tem de ser resolvida é a passagem de Valença para Monção e Melgaço. Não pedimos nenhuma autoestrada, mas uma via alternativa que, sem entrar em Valença, tire os carros numa via circular e traga, numa via rápida, os carros para Monção», disse.
O edil pediu ao ministro da Agricultura, ajuda para transmitir a mensagem ao Governo, José Manuel Fernandes disse ter «registado» o apelo, assinalando que, sem elas, Monção tem já «um crescimento acima da média nacional».
O autarca destacou que Monção é uma economia «a proliferar», estando para breve a abertura de portas do Minho Parque, uma «zona empresarial com 60 hectares de um fundo de investimento» que ali aplicou «mais de 10 milhões de euros».
«Esperamos que o nosso Governo não se esqueça de nós. E não vai esquecer, desta vez vai ser resolvido», observou.