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Lanço da Cruz de Valença no Inventário do Património Cultural Imaterial

Lanço da Cruz de Valença no Inventário do Património Cultural Imaterial
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 07 de junho de 2025, às 10:11

Lanço da Cruz atravessao rio Minho entre Valença e Tomiño.

A tradição pascal Lanço da Cruz, celebrada por Valença e Tomiño, na Galiza, Espanha, foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, de acordo com um anúncio publicado no Diário da República.

De acordo com o documento, a decisão justificou-se pela «importância da manifestação do património cultural imaterial enquanto prática religiosa identitária das comunidades transfronteiriças da União de Freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão, concelho de Valença (Portugal), e da freguesia de Sobrada, concelho de Tomiño (Galiza - Espanha)». «Os processos sociais e culturais nos quais teve origem esta manifestação, com fontes documentais que remontam ao século XIX, tendo permanecido e desenvolvido até aos dias de hoje», descreve o Património Cultural I.P.

De acordo com o instituto, foram também consideradas «as dinâmicas de que são hoje objeto a manifestação e os modos em que se processa a sua transmissão intergeracional, reforçando as relações transfronteiriças». De acordo com a tradição, os padres de Cristelo Côvo e de Sobrado atravessam o rio Minho, de barco, para dar a beijar a cruz de Cristo na outra margem.

Popularmente conhecida como “Lanço da Cruz”, aquele ritual é um dos pontos altos dos festejos em honra de Nossa Senhora da Cabeça - que decorrem naquela localidade minhota -, e que juntam milhares de peregrinos dos dois países durante o período da Páscoa. Símbolo do bom relacionamento transfronteiriço, na iniciativa o rio enche-se de pequenas embarcações e, durante o tempo em que a cruz é dada a beijar, os pescadores locais lanças as redes, devidamente benzidas.

O produto da pescaria reverte para o pároco de Cristelo Côvo e o pescado, sobretudo lampreia, é utilizado para uma confraternização da comissão de festas, uns dias depois da Páscoa.