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Autarca de Viana do Castelo contra reposição da PPP para gestão do hospital de Braga

Autarca de Viana do Castelo contra reposição da PPP para gestão do hospital de Braga
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 08 de março de 2025, às 17:04

Luís Nobre considera “não garante, transversal e integralmente, o acesso universal à saúde".

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, manifestou-se este sábado, dia 8 de março, contra a reposição da parceria público-privada (PPP) do hospital de Braga, considerando que “não garante, transversal e integralmente, o acesso universal à saúde".

Em declarações à Lusa, o socialista Luís Nobre afirmou que as PPP “excluem as situações e tratamentos mais graves, mais complexas, mais longos ou internamentos hospitalares, como por exemplo, patologias e tratamentos da sida, hepatite, ou do cancro”.

O Governo aprovou, na sexta-feira, o lançamento do processo de atribuição de PPP para cinco hospitais, entre os quais o de Braga, que dá apoio aos utentes do distrito de Viana do Castelo em algumas valências. Nesse sentido, e para garantir um processo “aberto, transparente e concorrencial”, o Governo decidiu avançar com a preparação dos cadernos de encargos. O Hospital de Braga já funcionou durante 10 anos em PPP, um modelo que terminou a 31 de agosto de 2019, numa altura em que a ministra da Saúde era a socialista Marta Temido.

Para o presidente da Câmara, capital do Alto Minho, as PPP não garantem a sustentabilidade do sistema de saúde e “têm como principal objetivo a otimização do lucro, sacrificando, sempre, o interesse do doente às razões económicas”. “A saúde nunca pode ser interpretada como um custo para o cidadão, mas sim como um investimento. O setor privado gere as PPP tem com principal objetivo da otimização do lucro, sacrificando o interesse do doente às razões económicas”, sustentou.

Luís Nobre acrescentou que “as experiências passadas são fatuais”. “A repartição dos riscos entre os parceiros públicos e privados foi, com frequência, desequilibrada, inadequada, incoerente e ineficaz e, em paralelo/simultâneo, as elevadas taxas de remuneração fizeram disparar o esforço financeiro do Estado, bem como comprometeram a otimização dos recursos e a transparência”, referiu.

Para o autarca socialista, “só há um caminho para proteger e fortalecer o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que é o financiamento adequado e a valorização dos profissionais de saúde”. “A sustentabilidade do sistema depende de um compromisso contínuo com a melhoria e a adaptação às necessidades em constante evolução da população e que não se resolve por via das PPP”, reforçou.

Além de Braga, o Governo anunciou ainda PPP para os hospitais de Vila Franca de Xira, Loures, Amadora-Sintra e Garcia de Orta (Almada-Seixal). Atualmente, o hospital de Cascais é o único que funciona em regime PPP.