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Norte com crescimento económico aquém das metas de desenvolvimento sustentável

Norte com crescimento económico aquém das metas de desenvolvimento sustentável
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 28 de novembro de 2024, às 15:58

Devido a “desigualdades sub-regionais na inovação, rendimento e emprego”.

A região Norte tem no Crescimento Económico os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU “mais distantes das metas” para 2030, devido a “desigualdades sub-regionais na inovação, rendimento e emprego”, revelou esta quinta-feira um relatório.

“O pilar da Prosperidade apresenta maiores desafios. O Trabalho Digno e Crescimento Económico permanecem entre os mais distantes das metas. O relatório destaca como crítico o fosso na atividade inovadora entre zonas urbanas mais dinâmicas e territórios de menor densidade populacional, sublinhando a necessidade de reforçar as bases científica e tecnológica em toda a região”, descreve a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), a propósito do mais recente relatório Norte Estrutura.

O documento, a que a Lusa teve esta quinta-feira acesso, diz respeito ao outono de 2024, e coloca a Educação de Qualidade e a Saúde de Qualidade como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU com “maior progresso regional, aproximando-se das metas de 2030 e com uma distribuição equilibrada entre os territórios”. “Estes resultados traduzem o impacto positivo das políticas públicas dirigidas ao pilar das Pessoas, que priorizam serviços essenciais e de inclusão”, acrescenta.

As disparidades entre as sub-regiões do Norte “são mais evidentes no Pilar da Prosperidade, que engloba ODS como o crescimento económico, energias renováveis, inovação e redução das desigualdades”. As sub-regiões urbanas, como o Cávado, Ave e a Área Metropolitana do Porto, “destacam-se por um progresso superior neste pilar, impulsionado por uma economia mais diversificada e pela inovação”.

Por outro lado, “as desigualdades internas de rendimento também são marcantes, atingindo níveis elevados tanto na Área Metropolitana do Porto, devido à diversidade salarial e exclusão social, quanto nas sub-regiões rurais (Terras de Trás-os-Montes, Alto Tâmega e Barroso, e Douro), onde prevalece a dualidade entre as áreas urbanas centrais e as zonas rurais despovoadas”. “Em contrapartida, as sub-regiões rurais, com menor densidade populacional, enfrentam desafios estruturais, como a dependência de mercados locais mais limitados e a falta de incentivos privados para a inovação. A escassez de oportunidades de emprego e o baixo dinamismo comprometem o progresso nestas áreas”, indica o documento.

De acordo com a CCDR-N, este desequilíbrio “sugere que, para promover um desenvolvimento mais equilibrado, será fundamental aprofundar as políticas territoriais multissetoriais, adaptadas às realidades de cada sub-região”.

Assim, “nas zonas de menor densidade populacional, é essencial concentrar esforços na melhoria da competitividade das cadeias de valor locais com ligação ao sistema científico e tecnológico” e, nas zonas mais urbanas, deve intensificar-se "a excelência no I&D, promovendo sinergias entre as entidades públicas e privadas”. “A expansão de ‘clusters’ de inovação e a promoção de parcerias intermunicipais promovem efeitos positivos em toda a região”, observa.

No Pilar do Planeta, as sub-regiões com menor densidade populacional “possuem indicadores de sustentabilidade ambiental mais favoráveis, devido à menor pressão sobre os recursos naturais”. Nesses territórios, “a menor atividade económica contribui para a preservação dos ecossistemas, favorecendo a adoção de práticas sustentáveis, como o uso racional da água e a gestão ambiental”. Nas áreas urbanas, “os desafios são mais complexos”, pois "o crescimento económico e a localização industrial criam maior pressão sobre os recursos naturais, exigindo políticas mais focadas na mitigação ambiental”, refere o relatório.

O documento assinala que “a construção de parcerias sub-regionais sólidas pode impulsionar a implementação dos ODS de forma mais eficiente e coordenada”. “A cooperação entre municípios e entre setores público e privado é vital”, sustenta a CCDR-N.