O festival de teatro de Viana do Castelo, que decorrerá de 8 a 17 de novembro, vai apresentar 12 espetáculos no teatro Sá de Miranda, um deles pela companhia Chapitô, integrada pela primeira vez na programação do certame.
“Há vários anos que andávamos a tentar a sua participação no festival. A companhia do Chapitô é multipremiada e apresenta-se quase tanto ou mais no estrangeiro do que em Portugal”, afirmou o diretor artístico do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana (CDV), Ricardo Simões. O diretor, que falava na conferência de imprensa de apresentação do festival, na Câmara de Viana do Castelo, adiantou que a companhia de Lisboa apresenta, no dia 14 de novembro, às 21h00, a peça "Júlio César", “uma paródia a partir da figura tirânica do imperador romano”.
A abertura da oitava edição do festival, que deixou de ter data fixa - até aqui entre 10 e 18 de novembro -, acontece seis dias antes, em 08 de novembro, às 21h00, na sala principal do Teatro Municipal Sá de Miranda, “com a próxima criação” do CDV. Trata-se da peça "Rottweiller vs Chihuahua", um texto de Guilhermo Heras, de setembro de 2022, “sobre o populismo e a ascensão da extrema-direita no mundo”.
O festival, cuja programação abrange dois fins de semana, encerra no dia 17 de novembro, com a peça "As que limpan", pela companhia A Panadaria, de Vigo, na Galiza. Dos 12 espetáculos do festival, três são dirigidos a famílias, incluindo o programa uma exposição de esculturas sonoras de João Ricardo Oliveira e a "performance soundivarius" do mesmo artista.
Para Ricardo Simões, a realização do festival é “um pequeno milagre da sustentabilidade e gestão” face a um orçamento de 60 mil euros, no qual se destacam os apoios da Câmara de Viana do Castelo e do Ministério da Cultura, através da Direção-Geral das Artes (DGArtes). “Em Portugal, um festival não se faz por menos de 100 mil euros. É um milagre da sustentabilidade que só é possível graças a muita criatividade da autarquia, da equipa do Teatro Municipal Sá de Miranda, do CDV e de acordos de intercâmbio entre várias companhias”, sublinhou.
Presente no encontro com os jornalistas, o vice-presidente e vereador da Cultura da Câmara de Viana do Castelo, Manuel Vitorino, enfatizou que o festival tem fomentado “uma relação de proximidade” com o Noroeste Peninsular, particularmente com a Galiza, “premonitória do que acontecerá, em 2025, quando Viana do Castelo for Capital da Cultura do Eixo Atlântico”. Apontou como exemplo dessa proximidade, a peça “Manuela Rey Is In Da House”, que se estrou na edição anterior do festival, uma coprodução do Centro Dramático Galego, Teatro Nacional São João e Teatro Nacional D. Maria II e Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana (CDV).
Manuel Vitorino apontou ainda o caráter inclusivo do festival, que Ricardo Simões garantiu ser “uma das marcas que o distingue” de outros eventos. “Este é único festival de teatro do país em que todos os espetáculos contam com recursos de acessibilidade, sejam conversas pós-espetáculo, tradução simultânea em língua gestual portuguesa, reconhecimento de palco, audiodescrição ou legendagem", sublinhou.
Os bilhetes avulso custam 10 euros, metade para grupos (mais de seis pessoas), quatro euros para o bilhete "teatral". O passe tem um custo de 10 euros, mas reduz o preço de cada espetáculo a três euros. Já para quem pertence ao CLAN – Clube de Amigos do Noroeste, o passe tem um custo de oito euros. Há ainda redução de preços para profissionais, idosos e reformados.