A região do Minho registou uma deterioração significativa da qualidade do ar nos dias 3, 4 e 5 de setembro, como consequência dos inúmeros incêndios rurais que danificaram várias localidades, conforme apresenta o gráfico da Purple Air - Rede de sensores de qualidade do ar em tempo real.
Entre os concelhos mais afetados estão Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Braga, Terras de Bouro e Vieira do Minho, onde ocorreram incêndios de grande dimensão, que mobilizaram meios aéreos e terrestres para o combate às chamas.
Na sequência destes fogos, a qualidade do ar atingiu níveis preocupantes. Na estação de monitorização de Freixo, em Ponte de Lima, foi registada uma concentração de 230 micropartículas (PM 2,5), valor muito acima do limite aceitável, que se situa nas 20 micropartículas. Este aumento da poluição foi notório, com cinzas acumuladas em viaturas e um forte odor a fumo nas roupas e no ambiente.
As condições meteorológicas adversas, como o vento forte, a baixa humidade e a ausência de precipitação significativa durante mais de 30 dias, contribuíram para a propagação rápida dos incêndios. Além disso, a negligência humana, com a realização de queimadas não autorizadas após os chuviscos do dia 2 de setembro, também agravou a situação.
A qualidade do ar extremamente degradada colocou em risco a saúde das populações, especialmente de pessoas com problemas respiratórios. As autoridades investigam ainda a possível origem intencional de alguns dos incêndios, dado que vários fogos aconteceram em locais próximos num curto espaço de tempo.