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Bispo de Viana apela à sabedoria pelo bem da humanidade

Bispo de Viana apela à sabedoria pelo bem da humanidade
Fotografia André Arantes

Publicado em 21 de agosto de 2024, às 15:10

A procissão ao mar em honra da Senhora d’Agonia aconteceu na tarde de ontem, juntando milhares de pessoas, num percurso repleto de devoção e tradição desde o Santuário da Senhora d’Agonia até ao cais da ribeira de Viana do Castelo.

« Cuidar deste mundo, começar por vermos nele os sinais do Criador», foram estas as palavras repetidas pelo bispo de Viana do Castelo, D. João Lavrador, diante de milhares de pessoas que se juntaram, na tarde de ontem, no cais dos barcos de pesca, de onde saiu a procissão ao mar em honra da Nossa Senhora da Agonia. Momentos antes, junto ao Santuário de Nossa Senhora d’Agonia, foram centenas de fiéis que assistiram à Solene Eucaristia presidida por D.João Lavrador. A tarde estava de sol, mas não faltou a famosa “nortada” que mesmo assim não afastou os presentes. Na homilia, D. João falou da importância da sabedoria enquanto «chave para a paz na humanidade». 

Em frente ao tapete de sal preparado para este dia estava a imagem de Nossa Senhora d’Agonia, evocada por D. João como  «rosto feminino de amor e misericórdia, que provoca uma nova relação entre todos». Com coração cheio de fé e de esperança, os fiéis viram partir a procissão rumo ao cais da ribeira, de onde todos os dias partem os pescadores para o alto-mar. As ruas estavam repletas de gente de todas as idades e nacionalidades, que prestou homenagem não só à Senhora d’Agonia como aos pescadores e às várias mordomas que fizeram questão de desfilar e carregar os andores até ao cais. Diana Cancela, mordoma desde pequena, descreve este momento da Romaria de «amor».

 O orgulho é  o sentimento comum entre as mordomas. Alexandrina Fernandes, mordoma da ribeira acrescenta a chieira às palavras-chave deste mmento emblemático: «Nós sentimo-nos arrepiadas, sentimos muito a chieira e orgulho ao acompanhar a Nossa Senhora neste dia tão especial para nós». Fátima, vinda de Fátima, não perdeu a oportunidade de conhecer um dos pontos altos da Romaria da capital do Alto Minho. Também Sílvia, oriunda do Porto afirmou que é a primeira vez que assistia ao momento. «Está muito calor mas não nos afeta ao ver esta maravilhosa tradição», acrescentou. Com a lágrima no canto do olho estava o Mestre Alfredo Gonçalves, proprietário do Barco “Deus quer Portugal” que levara a Nossa Senhora da Agonia pelo mar fora. «É uma emoção muito grande transportar a Nossa Senhora e é um sentimento único», afirmou o Mestre. Para transportar a padroeira vianense, o Mestre Gonçalves teve que transportar os outros andores até chegar a vez da Nossa Senhora.

 Esta tradição secular, que reflete a profunda devoção dos pescadores à sua padroeira, transforma a cidade num autêntico palco de fé, tradição e cultura popular.