Um dos grupos de arqueólogos universitários que se encontram a fazer escavações em diversos concelhos dos distritos de Braga, Viana do Castelo e Aveiro já divulgou que encontrou diversos vestígios importantes na Geira Romana, em Terras de Bouro.
O grupo de seis arqueólogos estagiários da Universidade do Minho encontram-se a aprofundar, com a coordenação de três professores, o estudo sobre as pedreiras ao longo da Geira, tendo encontrado vestígios importantes sobre a extração de blocos graníticos junto da pedreira situada junto da milha XVI.
“Trata-se de um achado importante que vem reforçar a riqueza arqueológica existente ao longo da Geira Romana e fortalecer a aposta deste Executivo para que a Via XVIII do Império Romano seja em breve declarada Património da Humanidade”, segundo diz o comunidade da Câmara Municipal de Terras de Bouro.
A vereadora Ana Genoveva Araújo visitou os trabalhos, um pouco abaixo da localidade de São Sebastião da Geira e para além do natural agradecimento para com os professores e os alunos, realçou que “esta descoberta vem uma vez mais justificar a classificação da Geira Romana como património da humanidade, cujo processo de candidatura já decorre, por se tratar, não só, mas também, de um museu vivo, e ao ar livre”.
A investigação incide num troço de 30 quilómetros da via que ligava Braga a Astorga, onde está a maior concentração de marcos miliários do noroeste peninsular, além de pontes, muros e calçadas quase intactos.
O município apoia no alojamento, refeições e transporte da equipa coordenada pela professora Helena Paula Carvalho, cedendo o Núcleo Museológico de Campo do Gerês para o trabalho de gabinete e o depósito do material de prospeção. Apoiada ainda pela tutela, a colaboração satisfaz os interesses de ensino e pesquisa académicos e de proteção, conservação e valorização do património local.
O estágio, que arrancou a 1 de julho e se encerra amanhã vem na sequência dos trabalhos já realizados em julho de 2023 com o apoio da Câmara Municipal de Terras de Bouro, está enquadrado no projeto INterregSudoe: CUlturMOnts S1/4.6/E0050: Valorização das Paisagens Culturais de montanha: recurso para o desenvolvimento territorial sustentável.
Mais de 100 alunos de Arqueologia da UMinho têm feito trabalhos de campo este mês. Os grupos estão em Braga, Vila Verde, Arcos de Valdevez e Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro.
Nas atividades participam ainda alguns estudantes de História, a nível extracurricular, e das universidades Federal de Mato Grosso do Sul (Brasil) e Rovira i Virgili (Espanha). Este tipo de intervenções é realizado há muitos anos em várias geografias, tendo da parte da UMinho o apoio do Departamento de História, do Instituto de Ciências Sociais, da Unidade de Arqueologia e do Laboratório de Paisagens, Património e Território.