A chamada “maior banda de rock do mundo” vai estar em Portugal este ano, com concerto marcado para 14 de setembro no estádio municipal de Leiria, e como sempre, os músicos são voluntários e há diversos do Minho já selecionados para participarem na estreia do Rockin’1000 no país.
Quem já participou noutros concertos do Rockin’1000 pelo mundo garante que é a “experiência de uma vida”, tanto que muitos vão regressar e vêm de diversos locais do mundo, principalmente Espanha, Itália, Brasil e Estados Unidos.
E é justamente por causa destas informações que a expectativa para os novatos é alta.
“A expectativa está altíssima. É um sonho tornado realidade fazer parte de um evento desta magnitude. A adrenalina está a mil, e estou pronto para dar tudo em palco e viver esta experiência incrível”, disse o estudante em Ciências Alexandre Pereira, baterista de 17 anos da freguesia da Lage, em Vila Verde, ao Diário do Minho.
“As expectativas estão elevadas. O Rockin’1000 tem a fama de ser uma experiência inesquecível e acredito que o seja para mim também. Ainda por cima o concerto é no dia do meu trigésimo aniversário”, festejou o guitarrista David Silva em entrevista ao DM, arquiteto de profissão que vive na freguesia de Ponte, em Guimarães.
Para ser selecionado para o concerto, os músicos enviaram um vídeo a demonstrar os seus conhecimentos. Depois da aprovação, os seus nomes ficam inscritos na base de dados, e foi agendado o chamado ‘click day’, onde os artistas inscrevem-se para o concerto de Leiria.
Daniel Costa, cantor brasileiro residente na freguesia da Seara, em Ponte de Lima, lembra que a expectativa já vinha desde este momento, afinal, nem toda a gente conseguiu ser selecionada e há uma lista de espera.
“Como é algo grandioso, a procura deve ser imensa. Quando vi que estava dentro, lembrei-me de ver a primeira iniciativa para chamarem os Foo Fighters, recordo do impacto que aquilo teve em mim. E nunca imaginei que pudesse ter a oportunidade de tocar neste evento”, disse o médico e empresário de 40 anos e que vive naquela vila do Alto Minho desde 2018.
A iniciativa referida pelo cantor é justamente a origem da banda. O geólogo marinho italiano Fábio Zaffagnini queria convencer os Foo Fighters a apresentarem-se na cidade de Cesena. Para convencer, reuniu mil músicos e tocaram o ‘hit’ Learn to Fly, que viralizou e soma mais de 64 milhões de visualizações no YouTube.
Dave Grohl, líder da banda norte-americana, não escondeu a sua emoção e a banda acabou por encerrar aquela digressão na cidade italiana.
O projeto acabou por crescer. Quase uma década depois os concertos duram quase duas horas, já passou por grandes estádios em França, Espanha, Alemanha, Brasil e outros países. Ao longo destas digressões, músicos do mundo todo ficaram “viciados” e atravessam oceanos para tocar noutros lugares e também para garantir o sentimento de convívio entre os diversos povos.
“Penso que vai ser enriquecedor conhecer novos músicos e pessoas de outras culturas que partilham o mesmo gosto. Com certeza vamos aprender muito uns com os outros e passar bons momentos de convívio”, disse ao DM o estudante de licenciatura em Multimédia Simão Almeida, baterista de 20 anos da freguesia de Nespereira, Guimarães, que pretende documentar a experiência no seu canal do YouTube “para todas as pessoas poderem ver como é fazer parte desta banda”.
O brasileiro Daniel Costa também destaca esta partilha com pessoas de tantos locais diferentes, quer de Portugal, quer do estrangeiro, mas com o amor pela música em comum.
“Vai ser uma imensa bolha cultural. Embora sejam pessoas de diversos cantos do mundo, todos estarão no mesmo contexto, pelo que trocar experiências com pessoas de outras culturas, mas com este ponto forte em comum, e para celebrar isto, vai ser como um evento ecuménico, vai ser divertido e histórico”.
“Imagino um ambiente de pura alegria e celebração. Vai ser uma festa multicultural onde todos estão ali pelo mesmo motivo: o rock”, aponta o jovem Alexandre, que apesar de fazer algumas colaborações, não tem banda neste momento.
Daqui até ao dia do concerto, a organização divulga aos poucos as músicas do alinhamento, e os músicos preparam-se individualmente. Nos dois dias antes do evento em Leiria há grandes ensaios gerais no estádio.
Nos concertos anteriores, Foo Fighters é presença praticamente obrigatória no alinhamento, mas outras bandas clássicas do rock e contemporâneas também aparecem, tais como The Beatles, Rolling Stones, Green Day, Metallica, Led Zeppelin, Nirvana, White Stripes e muitas outras. Normalmente também há espaço para bandas dos países que recebem os concertos.
Entre os músicos minhotos que vão participar, há pedidos para determinadas bandas, “pessoalmente, seria incrível ter clássicos do rock como AC/DC, Rolling Stones, Metallica, Arctic Monkeys, Red Hot Chili Peppers, Queen, Bon Jovi”, pede Alexandre. “Guns N’ Roses, Pearl Jam, Nirvana, Rage Against the Machine, Smashing Pumpkins e Muse acho que poderiam ser ótimas adições”, completa David Silva.
Daniel Costa aponta que gostava muito de cantar alguma música dos The Strokes, mas também fala numa banda portuguesa, e outra do seu país: “A minha banda brasileira favorita é Los Hermanos, mas sei que é um desejo inalcançável. Mas dentre os portugueses, gostava muito de ver algo dos Quatro e Meia”. Simão Almeida, que toca numa banda de música popular tradicional chamada Filhos da Nação, também gostava de ver música portuguesa: Xutos & Pontapés, GNR, UHF, entre outros.
Já com ingressos à venda, o espetáculo vai reunir um total de 1.000 músicos amadores e profissionais, dentre os quais 200 bateristas, 300 guitarristas, 200 baixistas, 50 teclistas e 250 cantores.