O Presidente da República assegurou, em audiência, aos principais responsáveis da Universidade das Nações Unidas - Unidade Operacional em Governação Eletrónica (UNU- -EGOV), estar a par da pretensão de passagem a instituto. Marcelo Rebelo de Sousa valorizou a importância da estrutura das Nações Unidas com sede em Guimarães e prometeu colocar o tema na agenda do próximo governo.
O futuro da UNU-EGOV, a única estrutura das Nações Unidas fora de Lisboa no país e que a falta de investimento estatal não permite que passe de unidade operacional a instituto, foi o principal tema na agenda da audiência que, sexta-feira, o Presidente da República manteve com o subsecretário-geral das Nações Unidas e reitor da Universidade das Nações Unidas (UNU), Tshilidzi Marwala, no Palácio de Belém.
Na audiência, de acordo com informação da instituição, Marcelo Rebelo de Sousa «reconheceu a importância de manter a UNU-EGOV em Portugal com um modelo de financiamento mais estável», assumindo e prometendo que «abordará o assunto com o novo Governo que assumir funções» após as eleições legislativas ocorridas ontem.
No ano em que a UNU-EGOV comemora o seu 10.º aniversário, o reitor da UNU, Tshilidzi Marwala, acompanhado pela diretora da unidade com sede em Guimarães, Delfina Soares, apresentou na audiência um balanço da operação desenvolvida pela UNU-EGOV ao longo da última década, centrada na investigação, assessoria e formação na área da governação digital, estabelecendo a ponte entre investigação e políticas públicas neste domínio.
No mesmo encontro foi apresentada ao Presidente da República a estratégia para a continuação do crescimento sustentado da UNU-EGOV, assente, sobretudo, no alargamento da sua rede de colaborações, dentro e fora do sistema das Nações Unidas. Para a execução desta estratégia é determinante a conclusão das negociações com o Estado português para que seja reconhecido à Unidade Operacional o estatuto de Instituto, negociações que serão retomadas após a tomada de posse do novo governo português.
«O senhor Presidente da República estava bem informado sobre o estado dos anteriores acordos que permitiram o acolhimento da UNU-EGOV em Portugal, bem como sobre a atividade e os resultados que produzem impactos também para o país. Reconheceu que é importante manter a unidade no país, e com um modelo de financiamento mais estável. Nesse sentido, assegurou que vai estar atento à discussão do novo acordo quando retomarmos as conversações com o Estado português e colocar este assunto na agenda dos encontros com o próximo governo», afirmou, no final da audiência, a diretora da UNU-EGOV, Delfina Soares.
Considerada uma referência internacional na área da governação digital e um parceiro sólido no universo da Organização das Nações Unidas (ONU), a UNU-EGOV reúne uma equipa multidisciplinar e multicultural de mais de 30 investigadores de 18 nacionalidades atuando em torno de problemas complexos e desafios emergentes. Desde o seu estabelecimento, a UNU-EGOV já desenvolveu mais de 60 projetos de governação digital em mais de 18 países, colaborou com 19 organizações internacionais, organizou mais de 90 eventos e realizou mais de 300 publicações. É ainda responsável pela organização anual da Conferência ICEGOV, que agrega uma comunidade de mais de 6500 autores, académicos, investigadores e profissionais atuantes na área da governação digital.