De acordo com o boletim trimestral elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), hoje divulgado, "as exportações de bens do Norte diminuíram 6,9% no 3.º trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano transato, agravando a tendência de queda que tinha sido iniciada no trimestre precedente".
Ainda assim, a redução do Norte foi inferior aos números nacionais (-9,0%), evidenciando uma maior resiliência da região.
"A diminuição das exportações do Norte deveu-se, exclusivamente, à evolução negativa de dois grupos de produtos – bens intermédios e bens de consumo" que, respetivamente, registaram quebras de 6,1% e 12,1%.
Aa redução dos bens intermédios "está diretamente relacionada com o abrandamento da atividade económica europeia, sobretudo, na Alemanha, o principal cliente deste tipo de bens para o fornecimento das suas indústrias transformadoras".
"Em sentido oposto, apesar da desaceleração, as exportações de bens de capital do Norte aumentaram, em termos homólogos, 11,6% no 3.º trimestre de 2023. Neste caso, foram as máquinas e outros bens de capital que mais contribuíram para este crescimento", assinala o relatório.
A CCDR-N assinala mesmo que "a maior taxa de crescimento das exportações de bens de capital do Norte comparativamente ao ritmo de investimento europeu pode indiciar um ganho de competitividade deste setor e respetiva conquista de quota de mercado".
Quanto aos indicadores da construção, o número de edifícios licenciados na região Norte registou "redução de 17,0%, enquanto a avaliação bancária aumentou 7,6%" no terceiro trimestre de 2023.
"Com exceção da evolução positiva da avaliação bancária à habitação, os indicadores referentes ao licenciamento no setor da construção mantiveram uma trajetória de redução", refere o boletim.
Na região foram licenciados 1.890 edifícios, menos 17% que no mesmo período de 2022, uma variação mais acentuada que a da média nacional, que apenas registou um decréscimo de 10,7%.
Quanto aos indicadores de turismo, as dormidas aumentaram 8,3% no terceiro trimestre de 2023 face ao mesmo período de 2022, números acima da média nacional (3,2%).
O número de hóspedes também aumentou no Norte acima da média nacional, já que os 2,3 milhões registados no terceiro trimestre de 2023 representam um aumento de 9,0% face ao período homólogo do ano transato e no todo nacional o aumento foi de apenas 6,0%.
O relatório assinala também que a população empregada na região Norte aumentou 2,5% no terceiro trimestre de 2023, correspondendo a 43 mil novas pessoas empregadas face ao mesmo período de 2022. O número da região Norte foi superior à média nacional de 2,2%, destacando-se o número de pessoas empregadas nas atividades de consultoria, científicas e técnicas, que aumentou 16.300 face ao mesmo período de 2022.
Por outro lado, a taxa de desemprego do Norte subiu para 6,7%, mais 0,8 pontos percentuais face ao mesmo período do ano anterior.
A CCDR-N observa que os "aumentos simultâneos da taxa de desemprego e da população empregada resultaram do crescimento acentuado da população ativa".
O poder de compra dos trabalhadores por conta de outrem na região também diminuiu 1,6%, pois apesar de ter aumentado nominalmente em 1,8%, para uma média de 984 euros, "num contexto de inflação igual a 3,5%, o poder de compra destes salários observou uma redução".