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Projeto no Forte da Ínsua, em Caminha, na gaveta há quatro anos

Projeto no Forte da Ínsua, em Caminha, na gaveta há quatro anos
Fotografia CM Caminha

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 28 de novembro de 2023, às 11:50

A empresa DiverLanhoso pediu esta terça-feira celeridade na resolução do “imbróglio legal” que impede o avanço de um projeto turístico no Forte da Ínsua, em Caminha, concessionado em 2019 no âmbito do programa Revive.

“Neste momento, está nas mãos do município de Caminha e do Turismo de Portugal dizer como é que este imbróglio legal vai ser resolvido e quando”, afirmou o diretor de marketing do Grupo Diver, Arcílio Costa.

Em declarações à agência Lusa, Arcílio Costa, também responsável pela DiverMinho, adiantou que “a empresa continua interessada no projeto”, mas pediu celeridade, afirmando que o impasse no avanço do projeto “está a tornar-se um problema”.

“Esta situação está a complicar a vida da empresa que, neste momento, devia ter um hotel a entrar em funcionamento ou já a entrar em funcionamento e ainda não começou obra nenhuma. Em termos de planos da empresa, começa a ser extremamente prejudicial, até para a nossa imagem”, sublinhou.

Em causa está a concretização de um projeto turístico no Forte da Ínsua, com uma área bruta de 1.361 metros quadrados, que prevê a construção, "na modalidade de estabelecimento de hospedagem", de 15 quartos, áreas de apoio, zonas de estar, salas de refeições, entre outras estruturas.

Em fevereiro de 2020, foi anunciado pela autarquia que o Forte da Ínsua iria reabrir no início de 2022, transformado em centro de atividades turísticas, num conceito de quatro estrelas, o que não veio a suceder.

Em 2023, o projeto turístico, num investimento estimado de 6,5 milhões de euros, foi indeferido pela Câmara de Caminha por infringir o Plano Diretor Municipal (PDM).

À data, o presidente da Câmara de Caminha, Rui Lajes, disse à Lusa que cabe ao “Governo decidir qual a melhor solução”.

Segundo o autarca, a solução pode passar “pela implementação de mecanismos de suspensão do PDM, de uma área concreta e restrita para um certo fim”.

O promotor afirmou que o caderno de encargos obriga a empresa a construir “uma área de alojamento que o PDM não permite”.

“Na altura da elaboração do caderno de encargos e da colocação do imóvel a concurso público para atribuição da concessão não foi tida em consideração a hipótese da construção de um hotel naquele local”, explicou Arcílio Costa.

O responsável garantiu que a empresa “cumpriu na íntegra” o caderno de encargos estabelecido ao abrigo do programa Revive e não sabe “como e quando é que o imbróglio legal pode e vai ser resolvido”.

Acrescentou que a empresa apresentou “um pedido de prorrogação, por seis meses, para não deixar caducar o prazo de resposta ao indeferimento da Câmara de Caminha”.

“Esse pedido foi acompanhado de um ofício que refere que o pedido que apresentámos não é uma escolha nossa, mas sim uma obrigatoriedade imposta por esta situação”, sublinhou, adiantando que a prorrogação foi aprovada em outubro.

O projeto da DiverLanhoso pretende “criar uma experiência de dormida no meio do mar e prática de desportos aventura”.

“A última estimativa para a abertura do complexo turístico é em 2024. Obviamente que já não será cumprido, nem de perto, nem de longe”, observou Arcílio Costa.

Em resposta escrita a um pedido de esclarecimentos da Lusa, o Ministério da Economia e do Mar disse que “o procedimento de licenciamento ainda não está concluído”, uma vez que “o projeto para o Forte da ínsua, atenta a natureza de fortificação marítima deste, contém especificidades complexas que têm implicado um maior tempo de análise e resolução, com impacto direto na conclusão do procedimento de licenciamento”.

“O concessionário está a promover o procedimento de licenciamento em articulação com as autoridades nele envolvidas”, acrescenta o ministério.

O Forte da Ínsua, construído entre 1649 e 1652, encontra-se numa pequena ilha rochosa na foz do rio Minho perto da costa. Está situado na Ínsua de Santo Isidro, na freguesia de União das Freguesias de Moledo e Cristelo, em Caminha, no distrito de Viana do Castelo.