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Cerveira avança com projeto de reabilitação do Fortim da Atalaia em 2024

Cerveira avança com projeto de reabilitação do Fortim da Atalaia em 2024
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 16 de novembro de 2023, às 15:49

O presidente da Câmara estima que o investimento na recuperação do imóvel oscile entre os 200 e os 300 mil euros.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira disse esta quinta-feira que, em 2024, vai ser elaborado o projeto de recuperação do Fortim da Atalaia que quer candidatar a fundos comunitários também no próximo ano.

Contactado pela Lusa, a propósito de uma nota hoje emitida pela autarquia do distrito de Viana do Castelo, Rui Teixeira destacou a importância da preservação “total” do imóvel do século XVII por ser tratar do “único” exemplar “existente na raia minhota”. O autarca socialista estimou que o investimento na recuperação do imóvel oscile entre os 200 e os 300 mil euros.

Rui Teixeira referiu que a recuperação do imóvel está inserida na estratégia de valorização cultural e turística do concelho, sendo que o objetivo, após a reabilitação, será integrar o Fortim da Atalaia no roteiro do património do concelho.

Localizada no Alto de Lourido, na União de Freguesias de Vila Nova de Cerveira e Lovelhe, o Fortim da Atalaia “é a mais pequena das fortificações que constituíam o conjunto defensivo de Vila Nova de Cerveira, garantindo a sua participação na defesa do rio Minho durante as Guerras da Restauração”.

Desde julho que o imóvel passou a ser gerido pela Câmara de Vila Nova de Cerveira, após a celebração de um contrato de comodato, por 30 anos, com a família que detém a propriedade do imóvel, cujo processo de classificação como Monumento de Interesse Público (MIP) foi iniciado em 1977 e concluído 40 anos depois, em 2017.

Na quarta-feira, uma equipa Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), acompanhada por Rui Teixeira, visitou o imóvel, atualmente tomado por vegetação, e disponibilizou-se para fazer o levantamento das necessidades de preservação e das potencialidades de valorização do Fortim. A DRCN vai elaborar um relatório que sustentará a candidatura que a câmara pretende submeter aos fundos comunitários.

No imediato, a autarquia vai realizar “algumas ações imediatas, como a limpeza de acessos ou a melhoria da sinalética”. Por “estar localizada em posição elevada, a meia encosta, e detendo um amplo sistema de vistas, funcionaria como complemento da defesa de Vila Nova de Cerveira e do Forte de Lovelhe”. “Embora se atribua a construção ao esforço militar de meados do século XVII, a sua tipologia denuncia ainda os modelos renascentistas, de influência italiana, que caracterizaram a primeira metade do século XVII, sendo mesmo possível que a intervenção setecentista tenha reformulado uma estrutura de origem medieval”, lê-se na portaria de classificação do fortim como MIP.

A “estes modelos corresponde o torreão cilíndrico de pouca altura, rematado em cordão e parapeito preparado para peças de artilharia, levantado sobre plataforma quadrangular rodeada por fosso, centrado por uma cisterna e envolvido por bateria vazada por porta em arco apontado”.

O Fortim da Atalaia “é ainda bastante carismático no seio da etnografia minhota por estar intrinsecamente associado à conhecida Lenda da Cova da Moura”. A lenda fala de uma história de amor entre uma jovem moura e um cavaleiro cristão. A jovem acabou transformada numa cobra "horripilante", após um feitiço “para tão grande mal de amor”, encomendado pelo pai, depois de ter esgotado todas as tentativas para convencer a filha a desistir do cavaleiro cristão.