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Governo diz que pequena pesca será "menos afetada" por renováveis 'offshore'

Governo diz que pequena pesca será "menos afetada" por renováveis 'offshore'
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 04 de novembro de 2023, às 16:26

Garante que a pequena pesca, o "segmento mais representativo da pesca" nacional, será "menos afetada".

A secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, admitiu este sábado que “algumas áreas da pesca” vão ter “dificuldades em exercer a atividade” se avançar o atual plano para energias renováveis ‘offshore’. No entanto, refere que a pequena pesca é “menos afetada”.

“O plano [de Afetação para a Exploração de Energias Renováveis ‘Offshore’ - PAER] que está em cima da mesa tem algumas áreas da pesca que vão ter dificuldades em continuar a exercer atividade. Não é a pequena pesca. Do que foi estudado e dos dados que temos, a pequena pesca é menos afetada do que outros segmentos de atividade”, afirmou Teresa Coelho aos jornalistas, à margem do 2.º Congresso da Pequena Pesca, que se realiza este sábado em Vila Praia de Âncora, em Caminha.

A secretária de Estado assinalou que, do primeiro PAER para o atual, que está em consulta pública “até 13 de dezembro”, as áreas “foram afastadas da costa”, pelo que será a “pesca de arrasto” a área “mais afetada” no setor das pescas. A pequena pesca, o "segmento mais representativo da pesca" nacional, será "menos afetada".

Questionada sobre críticas de pescadores e armadores ao PAER, Teresa Coelho assinalou ainda que o plano está em consulta pública, pelo que este é o momento para serem apresentados contributos ou introduzir melhorias. “A versão que está em consulta pública só será definitiva quando a consulta pública terminar. Agora é o ‘timing’ para as entidades darem os seus contributos”, observou.

A Associação de Armadores de Pesca do Norte avisou este sábado que o setor está disposto a parar para contestar a criação de parques eólicos para a produção de energia renovável ‘offshore’, caso ocupem áreas importantes para os pescadores. Manuel Marques alertou que mesmo a pequena pesca, feita mais junto à costa, será afetada pela produção de energia eólica no mar, porque “os cabos vão ter de passar para terra por algum sítio”.

Esta semana, o representante da VianaPesca, Francisco Portela Rosa, disse à Lusa que a oposição de “todas as associações de pesca do Norte é total” relativamente ao PAER, pelo que o projeto em consulta pública “não será aceite pelos pescadores”. De acordo com uma nota de imprensa do Ministério da Economia e do Mar, a aprovação do PAER antecede o procedimento concorrencial para o cumprimento do objetivo de disponibilizar uma capacidade de 10 gigawatts (GW) de energia eólica ‘offshore’ (em alto mar) até 2030.