Guimarães aspira e acredita que pode ser eleita como cidade Capital Verde Europeia em 2025, a 5 de outubro, em Tallinn, na Estónia, porque «é e quer continuar a ser exemplo nacional e europeu» em vários projetos e práticas ambientais. Por isso, «alguns dos nossos programas de educação ambiental mereciam ser estudados pelo Ministério da Educação para ver como é que isto poderia ser estendido a todo o país», defendeu, ontem, o autarca Domingos Bragança, perante o ministro da Educação, na quarta edição da Vitrus Talks que debateu, na Plataforma das Artes, “os caminhos e desafios da educação ambiental”.
Guimarães tem no terreno, desde 2013, o programa Pegadas, com atividades destinadas à participação de todas as escolas públicas e privadas do concelho, envolvendo um total de 48 estabelecimentos, tendo como público-alvo toda a comunidade educativa. O Pegadas conta com a participação ativa de todos, com ideias, opiniões, sugestões e criatividade, para a melhoria continua deste programa ecológico de Guimarães para aprendizagem do desenvolvimento ambiental sustentável.
«Só em 2022, este projeto teve quase mil ações nas escolas e é dos mais elogiados pela União Europeia. Isto pode entrar numa disciplina do currículo ou de outra forma, mas o Pegadas de Guimarães merece ser estudado e integrado nas escolas», defendeu Domingos Bragança, acrescentando que além deste projeto também merecem observação e estudo as 35 brigadas verdes constituídas no concelho, que atuam informalmente e com grupos de voluntários nas freguesias.
O autarca sublinhou a necessidade de «envolver os cidadãos» como agentes de transformação nos territórios, destacando o papel «imprescindível» das crianças e jovens das escolas na mudança de hábitos, ações e paradigmas em prol do desenvolvimento sustentável e promoção das políticas para o ambiente, ecológicas e inclusivas. No entanto, o ministro da Educação preferiu observar que a «educação ambiental não começa agora e quando existe esta consciência da urgência e emergência de trabalhar sobre o clima», mas está nas escolas há algumas décadas, com práticas de separação de lixo, reciclagem, integração da sustentabilidade no currículo de várias disciplinas, da Biologia à Filosofia, além do programa Eco-Escolas.
«Temos muito trabalho feito ao longo dos anos pelas escolas e recentemente demos mais relevo e impacto à educação ambiental, que não pode ser trabalhada apenas numa disciplina, na área da Cidadania e Desenvolvimento, dando-lhe mais centralidade», suportou João Costa. O ministro da Educação foi também recebido com um protesto de dezenas de professores, que reclamaram a sua demissão e acusaram de «não querer negociar» direitos, mas João Costa seguiu indiferente à indignação e apenas disse que veio falar de «educação ambiental».