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Guimarães analisa o presente e projeta o futuro num mês dedicado à economia e inovação

Guimarães analisa o presente e projeta o futuro num mês dedicado à economia e inovação
Fotografia DM

Rita Cunha

Jornalista

Publicado em 20 de setembro de 2023, às 09:54

O evento foi apresentado esta terça-feira, na Universidade das Nações Unidas (UNU), na zona de Couros.

O mês de outubro, em Guimarães, terá a economia e a inovação como epicentros de um evento que quer convocar todos, desde os especialistas, empresários e académicos ao cidadão comum, a refletirem sobre o presente e a projetarem o futuro. São, para o efeito, esperadas conferências, debates e inaugurações.

O programa é vasto e ainda não está totalmente fechado. Decorre de 2 a 26 de outubro e cada uma das quatro semanas contempla ações diferenciadas, mas complementares, que terão lugar por todo o concelho, e que servirão para analisar as diferentes áreas que compõem o tecido económico local, com foco na Indústria, Turismo, Comércio, Academia, Saúde e Tecnologia.

A primeira semana centra-se no “Estado da Arte” e pretende promover uma reflexão crítica dos ‘players’ locais e regionais para pensar o panorama económico da região a nível nacional e internacional. Ao longo dos dias será apresentado o estado da arte do concelho, os projetos que têm sido desenvolvidos na vertente económica e será dado a conhecer o que o município tem promovido e apoiado em termos económicos. Uma reflexão que será dinamizada pelo secretário de Estado da Economia.

Já a segunda semana tem por tema “Inovação, Digitalização da Economia e Inteligência Artificial”. A mesma começa com a apresentação dos bairros comerciais digitais, na presença do secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa. Haverá ainda um momento dedicado à economia de ‘big data’, inteligência artificial e o impacto nas organizações e, na área da saúde, dos novos paradigmas na indústria biomédica e medicina regenerativa.

“Crescimento Económico e Sustentabilidade” é o tema da terceira semana, na qual se falará de crescimento económico e sustentabilidade. No dia 16 é esperada a visita do ministro da Economia e do Mar, com o tema “Economia, Inovação & Fábrica do Futuro”, um momento para se percecionar a relação dos centros de investigação com a economia local. Nesta semana será ainda inaugurado, no dia 19, o Centro de Negócios e Inovação de Guimarães, que será a “casa” de várias associações empresariais e centros de investigação e inovação.

A quarta e última semana aborda “As tendências do futuro”, começando logo no dia 24 com uma sessão sobre “A avaliação de riscos na era do digital”. No dia seguinte é apresentado o MITH – Minho Innovation & Technology Hub e, no 30, é inaugurado o Instituto Cidade de Guimarães.

Na apresentação deste evento, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães vincou que o objetivo passa por «envolver e ouvir todos», desde o setor empresarial e industrial, passando por académicos, trabalhadores e comunidade escolar. «Queremos desconstruir preconceitos e construir realidades que temos da economia de Guimarães», disse, salientando que é «sem preconceitos que fazemos o futuro». «E ganhar o futuro é aprofundar a economia que temos e fazer com que ela, muito especificamente nos setores têxtil, do calçado e da metalomecânica, e aumentando a competitividade do setor e o volume de negócios, se diversifique com outras áreas emergentes», acrescentou.

Domingos Bragança assumiu ainda «orgulho» na economia atual do concelho. «O contexto de Guimarães é excecional, precisamos é de trabalhar bem para que a atração seja bem conhecida», disse.

A sustentabilidade ambiental também foi um dos pontos destacado pelo edil que defendeu a importância de «reter talento». «Um recurso escasso» mas que Guimarães «tem», como fica comprovado nos cursos ministrados nos Campus de Azurém e de Couros, da Universidade do Minho, como a Engenharia Aeroespacial. «Temos que fazer com que os talentos que aqui se formam e investigam sejam retidos através da criação de empresas», vincou.

Sobre a “fábrica do futuro”, Domingos Bragança manifestou desejo de a ver experienciada em Guimarães. «Queremos antecipar a fábrica do futuro do calçado, do têxtil,- da embalagem, do hidrogénio, da automação, da ciência de dados», referiu.

Também presentes na apresentação estiveram alguns dos parceiros do evento, entre eles Rui Castro Dias, presidente da Associação Empresarial de Guimarães, que se congratulou com a participação na iniciativa e enalteceu os temas abordados, que considerou «interessantes».

Já Ramiro Brito, vice-presidente da Associação Empresarial do Minho, vincou que «ter esta predisposição para debater a economia nas diversas vertentes, mais do que uma iniciativa contemporânea, é uma necessidade absoluta», sendo preciso «envolver todos os agentes no debate». «A economia não funcionará se não a debatermos de forma aberta e desinibida», defendeu.