O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse ontem em Arcos de Valdevez que o Governo está a investir cerca de 17 milhões de euros para o ensino da língua portuguesa no estrangeiro. Segundo Paulo Cafôfo, a verba é para investir em equipamentos informáticos, com programas digitais para ensino do Português.
«A distribuição dos “tablets” está a acontecer neste momento e, no próximo ano letivo, todo o ensino do Português no estrangeiro terá estes equipamentos, que será, não só um salto na digitalização, mas também um salto na motivação para que mais alunos possam aprender a língua portuguesa», disse o governante, no do Encontro da Diáspora Arcuense que aconteceu ontem no salão nobre da Câmara de Arcos de Valdevez.
Nesta iniciativa integrada nas Festas Concelhias de Nossa Senhora da Lapa, em que o dia de ontem foi totalmente dedicado aos emigrantes, Paulo Cafôfo falou também aos jornalistas do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora. «Nós temos já, neste momento 260 pessoas com o estatuto de investidor da diáspora, temos já projetos no valor de 153 milhões de euros que estão no terreno.
Portanto, isto são dados que são significativos de uma aposta certa para captar investimento, que são uma forma de desenvolvimento, principalmente nos municípios de baixa densidade», disse. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas adiantou ainda que têm sido realizados encontros com estes investidores, e que o próximo vai acontecer em Viana do Castelo, esperando-se uma grande adesão, «mas, acima de tudo, a concretização de investimentos de negócios, de oportunidades para o território». «Nós temos estado a assistir nos últimos tempos a um crescimento siginificativo do interesse por investir em Portugal. Esse interesse vê-se na questão das remessas. No ano passado batemos um recorde, com 3,9 mil milhões de euros de remessas de emigrantes, o que já corresponde a 1,6 por cento do nosso PIB. Mas, além das remessas também temos estado a assistir a investimento em negócios na área da construção, na área do turismo, na área da indústria transformadora, que mostra que, além das remessas, estamos a criar emprego, a gerar riqueza e a potenciar os territórios», acrescentou.
Na sua intervenção, o secretário de Estado das Comunidade Portuguesas sublinhou, por outro lado, o impacto que tem a diáspora ao nível do turismo em Portugal. «A diáspora é um ativo estratégico, tem um valor que temos que potenciar. Nos números que temos, um turista em cada quatro, vem visitar Portugal porque teve contacto com a comunidade portuguesa residente no estrangeiro. Os emigrantes são promotores do nosso país», disse.